14 Mai, 2019

Loulé instala no concelho rede de desfibrilhação inédita no país

O concelho de Loulé vai ser o primeiro do país a ser dotado de uma Rede Concelhia de Desfibrilhação Automática Externa. Programa entra em funcionamento em julho.

A garantia foi dada por Nuno Marques, presidente do conselho executivo do Algarve Biomedical Centre (ABC), o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, que junta a Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

“É um projeto inovador que envolve as várias autoridades: Proteção Civil, Bombeiros, INEM, GNR ou a Polícia Marítima, que vão passar a ter à sua disposição estes aparelhos, mas também colocá-los em pontos estratégicos, tendo em conta não só as zonas de maior população, mas também os locais mais isolados, onde as equipas de salvamento levam mais tempo a chegar”, referiu.

O cardiologista explicou que o objetivo é conseguir obter uma resposta mais rápida no auxilio médico e salvar mais vidas, até porque, salienta, “oito minutos depois de uma paragem cardíaca já não há nada a fazer, porque o cérebro não consegue estar mais tempo sem ter a oxigenação adequada”, alertou.

O protocolo foi assinado entre a Câmara Municipal de Loulé e o Algarve Biomedical Centre, no âmbito das comemorações dos 20 anos da cidade de Quarteira.

A Rede de Desfibrilhação Automática Externa – Coração Seguro, está prevista entrar em funcionamento a partir de julho, sendo que as ações de formação, que também vão envolver a população civil, começam no início no próximo mês de junho.

“Começamos a dar formação às próprias autoridades, também para que eles próprios integrem a nossa equipa de formação, e posteriormente participem na formação de elementos da população civil, que vivam nesses locais mais remotos, para que possam também oferecer o socorro quando necessário”, explicou Nuno Marques, ao mesmo tempo que destaca o caráter inovador desta iniciativa.

“A nível nacional é o único plano que tem esta amplitude e cobertura, algo que foi confirmado pelo próprio INEM na última reunião que tivemos, e também é único pela forma integrada que envolve todas as autoridades”, assinalou.

O sistema utiliza a geolocalização dos telemóveis para detetar os doentes, em articulação com as equipas do INEM, que vai ativar as pessoas que possam estar nas proximidades, de forma a poderem intervir com mais rapidez no salvamento até à chegada da respetiva equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica.

“Estes equipamentos são de utilização simples, quando se liga ou aplica no corpo da pessoa, o próprio aparelho faz o diagnóstico e aplica o choque, ou não, no momento adequado. A formação dos civis será um processo simples e pode salvar algumas vidas até à chegada do INEM, porque a intervenção rápida é muito importante nestes casos”, esclareceu Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Esta iniciativa surge de um protocolo inicial celebrado em 2017 entre o Algarve Biomedical Centre, a ARS e a Associação de Municípios do Algarve (AMAL) e está previsto entrar em funcionamento em pleno a partir de julho.

Loulé é o primeiro concelho a avançar para a concretização deste projeto, para a colocação numa fase inicial de 60 aparelhos distribuídos por vários pontos estratégicos, com um investimento inicial de cerca de 100 mil euros.

“Queremos chegar aos locais geograficamente mais remotos do nosso interior, mas também incluir as praias e os próprios nadadores salvadores nesta iniciativa e já nesta época balnear”, explica o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo.

A Rede de Desfibrilhação Automática Extrema – Coração Seguro, surge no concelho de Loulé como o primeiro passo de um projeto que prevê a criação de dois polos, o ABC Loulé Health Research Center e o Centro Active Life, ligados às áreas da saúde, inovação, investigação, formação e turismo, que será apresentado de forma mais detalhada pela autarquia no final deste mês.

“É um projeto inovador na área da investigação das biociências com um edifício que ficará localizado em Loulé e um segundo edifício em Quarteira (Vilamoura) que tem a ver também com o envelhecimento ativo e com o turismo, e que prevê um investimento total de cerca de 16 milhões de euros e que deverá estar em fase de conclusão em 2021”, anunciou o autarca.

LUSA

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