4 Abr, 2019

Investigação da Universidade de Aveiro cria vacina da gripe em pastilhas

Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro está a desenvolver pastilhas efervescentes para combater o vírus da gripe, um método não invasivo que poderá vir a substituir a vacinação tradicional.

As pastilhas efervescentes “contêm anticorpos da gema do ovo específicos para as proteínas membranares constantes do vírus, suplementadas com vitamina C e outros minerais para reforçarem o sistema imunitário”, explica um texto universitário sobre o projeto de investigação.

“Trata-se de um método passível de ser utilizado por toda a população e não apenas por doentes de risco, tendo a vantagem de ser não invasivo quando comparado com a vacinação tradicional”, garante a equipa de investigação.

O “segredo” das pastilhas, feitas à base de vitamina C e de vários minerais, está nos anticorpos retirados das gemas dos ovos das galinhas.

Sem as contraindicações das vacinas que todos os anos têm de ser reformuladas e sem a agulha invasiva, as pastilhas desenvolvidas pelo projeto da Universidade de Aveiro, que espera obter financiamento, apresenta-se como um meio “capaz de revolucionar o combate à gripe”.

Os anticorpos ‘igy’ (assim se denominam os ingredientes chave das pastilhas efervescentes) são produzidos exclusivamente por aves, estando concentrados nas gemas dos ovos.

São proteínas que atuam no sistema imunológico como defensoras do organismo e é possível manipulá-las de forma a torná-las armas eficazes no combate ao Influenza, o vírus causador da gripe, apontam os investigadores do Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro.

A ideia de incorporar os anticorpos ‘igy’ em pastilhas efervescentes foi desenvolvida por Marguerita Rosa, Emanuel Capela e Mariam Kholany, estudantes de Doutoramento em Engenharia Química do Departamento de Química e do Instituto de Materiais de Aveiro da UA (CICECO).

“Uma pastilha por dia é o que desejamos alcançar para manter a proteção ao longo do tempo de maior incidência do vírus da gripe”, referem os investigadores, esperando que esses anticorpos “não espoletem reações inflamatórias no sistema imunitário humano, diminuindo passivamente a carga viral da pessoa afetada”.

LUSA

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