21 Fev, 2017

Imunoterapia é mais eficaz que quimio no combate ao cancro da bexiga

O estudo mostra que a imunoterapia, um tratamento que restaura a capacidade do sistema imunitário para atacar o tumor, constitui uma alternativa para estes doentes continuarem a lutar contra o cancro

A imunoterapia demonstrou ser mais eficaz do que a quimioterapia no tratamento d cancro da bexiga em estado avançado, naquele que é o primeiro avanço médico neste tipo de tumor em 20 anos, de acordo com um estudo espanhol.

O estudo foi dirigido por Joaquim Bellmunt, diretor do Instituto Hospital del Mar de Investigações Médicas (IMIM), de Barcelona e publicado pela revista New England Journal of Medicine.

Ficou demonstrado pela primeira vez que a imunoterapia prolonga a sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes com cancro da bexiga em estado avançado, nos quais o tratamento inicial baseado em quimioterapia já não é eficaz.

“Há mais de 20 anos que não havia avanços significativos no tratamento do cancro da bexiga em estado avançado”, considerou Bellmunt em declarações citadas pela agência EFE, acrescentando que é a primeira vez que se consegue prolongar a sobrevivência destes pacientes.

O estudo também destaca o medicamento imunotrapêutico Pembrolizumab como o novo “standard” para o combate a este tipo de cancro.

Foram seguidos 542 doentes de 29 países, divididos por dois grupos: o primeiro grupo tomou Pembrolizumab e ao segundo grupo foi aplicada uma das três quimioterapias usadas habitualmente para o tratamento do cancro da bexiga.

A média de sobrevivência com Pembrolizumab foi de 10,3 meses e de 7,4 meses com a quimioterapia, relatou o oncologista.

“O teste demonstrou que os doentes tratados com Pembrolizumab tinham uma maior sobrevivência global, com menos efeitos secundários e melhor qualidade de vida”, explicou Bellmunt.

A percentagem de doentes nos quais o tumor reduziu o desapareceu foi quase duas vez maior entre os que foram tratados com imunoterapia: 21% face aos 11% dos doentes tratados com quimio.

O tratamento habitual nos doentes com cancro da bexiga avançado ou metastizado é a quimioterapia, que proporciona uma média de sobrevivência de 12 a 15 meses. Quando já não respondiam a este tratamento e a doença continuava a progredir, os doentes tinham até agora poucas alternativas e uma sobrevivência média de cinco a sete meses.

LUSA/SO

 

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