19 Jan, 2021

Hospital de campanha em Lisboa continua fechado por falta de profissionais

Estrutura, na Cidade Universitária, tem 58 camas mas faltam os profissionais. Responsável pela resposta de Emergência em Lisboa quer abrir hospital ainda esta semana.

O hospital de campanha na Cidade Universitária de Lisboa, montado desde junho, para receber doentes covid-19 com quadros menos graves da doença, continua fechado perante o agravamento da pressão dos internamentos nos hospitais do SNS, em particular nos da zona de Lisboa e Vale do Tejo.

Em causa está a falta de profissionais para constituir as equipas. “É absolutamente bizarro. Temos uma infraestrutura hospitalar preparada, inclusive registada na Entidade Reguladora da Saúde, para receber infetados ligeiros, e estamos a assistir a transferências para outras regiões e até para outro hospital de campanha, em Portimão”, diz António Diniz, responsável pela Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, em declarações ao Expresso.

“Estamos a fazer todos os possíveis para abrir durante esta semana. Estamos a ultimar os recursos humanos e a constituição das equipas, quer de médicos, quer de enfermeiros, quer de assistentes operacionais, quer de assistentes técnicos”, disse o pneumologista António Diniz, escusando-se a indicar uma data concreta para a abertura do hospital de campanha.

Isto porque, explica, não tem sido possível contratar recursos humanos. “Desde junho que a Direção-Geral da Saúde e a ministra sabem que está tudo pronto e que a única limitação são os profissionais, que não podemos contratar.”, critica o médico.

 

Hospital dispõe, para já, de 58 camas

 

O coordenador adianta que o equipamento vai dispor de um total de 58 camas – mas pode abrir com menos. “Iremos abrir, provavelmente, com menos camas, mas estamos a ultimar toda a infraestrutura”, afirma António Diniz, referindo que as instalações têm inclusive um conjunto de camas com suporte de oxigénio.

Para garantir o funcionamento do hospital são necessárias 10 a 12 especialistas, 20 a 30 internos e 17 a 25 enfermeiros. Isto para além dos 15 assistentes operacionais e administrativos, já assegurados pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e pelo Exército.

“Nesta primeira fase, o que está previsto é que sirva para drenar doentes já estabilizados, de acordo com critérios clínicos previamente definidos, dos Centros Hospitalares de Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Lisboa Norte”, adiantou.

Na sexta-feira, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) referiu que estão a ser desenvolvidos “os esforços necessários” para ter o hospital de campanha na Cidade Universitária “preparado e em estado de prontidão para ser ativado”.

Sobre a falta de recursos humanos, a ARSLVT respondeu apenas que, “conjuntamente com os seus parceiros (centros hospitalares de Lisboa, Universidade de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa e o Exército)” está “a desenvolver os esforços necessários para ter aquela estrutura de contingência preparada e em estado de prontidão para ser ativada”.

Por agora, os doentes estão a ser transferidos entre hospitais da região, para outras unidades do país e para o Centro de Apoio Militar, em Belém, que desde o dia 9 recebeu 378 doen­tes covid não agudos do SNS. E a Lisboa continuam a chegar doentes do Alentejo.

O hospital de campanha de Lisboa foi preparado para fazer face à primeira vaga da pandemia de covid-19 e esteve pronto, preventivamente, para acolher doentes infetados pelo novo coronavírus desde março.

Não tendo sido necessário, uma parte da estrutura foi depois retirada, restando um pavilhão. Há outros hospitais de campanha já  funcionamento por todo o país.

LUSA

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