Enfarte Agudo do Miocárdio aumenta entre as mulheres jovens

Mudança nos estilos de vida pode estar na origem do aumento. Nas faixas etárias mais avançadas, mulheres já sofrem mais enfartes do que os homens.

A incidência de Enfarte Agudo do Miocárdio entre os mulheres de faixas etárias mais jovens está a aumentar, adianta João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, em declarações ao JN.

No Dia Mundial do Coração, Brum Silveira sublinha que estão o aumento das mulheres jovens que chegam às urgências com enfartes está relacionado com a aproximação ao estilo de vida dos homens, isto, é começam a fumar mais cedo, alimentam-se pior. “Têm trabalhos de maior responsabilidade mas continuam a ter de conciliar o emprego com a vida familiar”, refere o cardiologista, que lembra que a componente genética também é importante quando se avalia a predisposição para um enfarte em faixas etárias mais novas, a partir dos 35 anos.

O especialista alerta ainda que, nas mulheres, os sintomas de enfarte não são tão intensos como nos homens, o que dificulta a identificação do problema, atrasa o recurso à urgência e o tratamento, o piora o prognóstico.

O quadro habitual até aqui era os enfartes ocorrem sobretudo após a menopausa, uma vez que “as hormonas são protetores de arteioesclerose”. Embora, em geral, os homens continuem a morrer mais de enfarte do miocárdio, nas faixas etárias mais avançadas, a perceção dos cardiologistas é de que já se registam mais mortes entre as mulheres, o que pode indiciar uma mudança de paradigma.

TC/SO

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