“É inevitável” hospitais suspenderem parte da atividade programada em LVT
O coordenador da Resposta Nacional em Medicina Intensiva, João Gouveia, alerta que" todos os hospitais têm de começar a pensar em adiar alguma atividade programada" na região de Lisboa.
Os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) estão sob pressão devido ao aumento dos internamentos por doentes com covid-19 e, deste modo, cada vez mais perto de se verem obrigados a suspender (outra vez) parte da atividade programada não urgente para alocar recursos aos doentes covid.
Para o o coordenador da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva, essa hipótese é já uma certeza perante o ritmo de crescimento do número de casos e dos internamentos. “É inevitável a este ritmo. Temos 90 doentes internados com covid em unidades de cuidados intensivos (UCI) nesta região para 102 camas disponíveis. Conseguimos, provavelmente, chegar às 120 a 123 camas. A partir daí, temos de começar a fazer alguma suspensão de atividade”, diz João Gouveia ao SaúdeOnline.
João Gouveia alerta que “não é fácil nesta altura aumentar muito mais a capacidade em UCI” devido a uma série de fatores: cansaço dos profissionais, férias e consequente redução dos recursos humanos, realização dos estágios dos médicos em formação (e que tinham sido adiados), aumento das rescisões de contratos com o fim do estado de emergência.
Por isso, o responsável, que é também intensivista do Hospital de Santa Maria, sublinha que “todos os hospitais têm de começar a pensar em adiar alguma atividade programada em LVT”, isto apesar do funcionamento em rede que permite transferir hospitais para outras regiões.
SO
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