Covid-19: Menos imunidade no inverno não significará maior gravidade, diz epidemiologista
O reforço vacinal tem contribuído para uma diminuição significativa do número de hospitalizações e óbitos, segundo Ali Mokdad.
Estima-se que em Portugal 79% da população já tenha estado infetada pelo menos uma vez e que os casos atualmente detetados e reportados são apenas 10% a 15% das infeções reais. A estimativa é de julho e foi anunciada por Ali Mokdad, um dos responsáveis pela monitorização da covid-19 no Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), numa entrevista ao jornal i.
No inverno acredita que vão aumentar o número de casos, mas não se espera a gravidade dos últimos dois anos. “A razão por que vamos ter um novo aumento de infeções no próximo inverno prende-se com o desvanecimento da imunidade, quer a conferida pelos reforços vacinais quer por infeções prévias.”
O epidemiologista e professor na Universidade de Washington, EUA, realça que existem dados suficientes de que o reforço vacinal tem contribuído para uma diminuição significativa do número de hospitalizações e óbitos.
Relativamente às medidas contra a covid-19, Ali Mokdad defende que o uso de máscara deverá depender de cada situação. E dá um exemplo: “Se uma criança, seja qualquer for a idade, vive com alguém que é um doente imunossuprimido, alguém muito idoso, deverá ter cuidados especiais na escola. Nesses casos podemos aconselhar que utilize uma máscara para não levar a infeção para casa.”
Além da máscara quando necessária e da vacinação, o especialista considera ser importante a existência de reservas de antivirais a fim de se evitarem hospitalizações e mortes e incentivar a população a fazer testes.
SO/JORNAL i
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