15 Jul, 2021

Com 58 mil casos em junho, doentes em UCI aumentam 122% mas óbitos estabilizam

Durante o último mês, o Norte deixou de ser a região do país com mais casos de infeção registados desde o início da pandemia.

Portugal registou mais de 58 mil novos casos de infeção no último mês, período em que os internamentos em cuidados intensivos aumentaram 122%, mas com o número de mortes a ter um crescimento de apenas de 0,8%.

Se em 14 de junho, o país tinha 858.072 casos confirmados de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que quarta-feira, véspera do Conselho de Ministros de hoje de avaliação da pandemia, já tinham sido notificados 916.559 casos, o que representa um aumento de 6,8% no espaço de um mês.

Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo foi onde se verificou mais infeções no último mês, com quase 32 mil, mas foi o Algarve que registou o maior aumento percentual de casos de covid-19, com 24%, passando dos 22.653 para os 28.205.

A 14 de junho, Lisboa e Vale do Tejo registava um total 326.412 casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, número que aumentou para os 358.162 registados na quarta-feira, o equivalente a mais 9,7% nesse período.

Durante o último mês, o Norte deixou de ser a região do país com mais casos de infeção registados desde o início da pandemia, uma liderança que passou a ser assumida por Lisboa e Vale do Tejo, com uma diferença de pouco menos de dois mil casos.

Entre 14 de junho e 14 de julho, o número de infeções no Norte aumentou 4%, passando de 342.464 para os 356.182, indicam ainda os dados da DGS.

Relativamente às restantes regiões, os casos confirmados também aumentaram 4% no Centro (de 120.517 para 125.267) no prazo de um mês, 5% no Alentejo (de 30.438 para 31.980), 14,5% nos Açores (de 5.799 para 6.640) e 3,4% na Madeira (de 9.789 para 10.123).

Já no que se refere aos casos ativos no país, aumentaram de 25.403 para os atuais 47.108, o que representa um crescimento de 85%.

Apesar de muito distante dos números do início do ano, a evolução da pandemia no último mês também se reflete na pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, com um crescimento de 115% nos internamentos (de 340 a 14 de junho para 734 a 14 de julho) e de 122% nos cuidados intensivos (de 77 para 171 na quarta-feira).

As “linhas vermelhas” de controlo da pandemia estabelecidas por diversos especialistas preveem 245 camas em cuidados intensivos como o valor crítico para Portugal continental, apontando para uma distribuição regional de 85 camas no Norte, de 56 no Centro, de 84 em Lisboa e Vale do Tejo, de 10 no Alentejo e de 10 no Algarve.

Tendo em conta os 171 doentes que estavam em cuidados intensivos na quarta-feira, Portugal continental atingiu os 69,7% do limiar definido como crítico de 245 camas ocupadas, quando, a 16 de junho, este valor estava nos 36%, o que representava 88 internados nessas unidades.

Apesar desta maior pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, e ao contrário de outras vagas, o número de óbitos registou apenas um ligeiro aumento de 0,8%, com mais 135 mortes no período em análise para um total de 17.182 desde o início da pandemia em Portugal.

A evolução negativa da pandemia no último mês é também evidente nos indicadores que compõe a matriz de risco, que passou do quadrante laranja para o vermelho, com a taxa de incidência de novos casos de infeção a aumentar de 83,4 para os 346,5 no território continental em cerca de trinta dias.

Já o índice de transmissibilidade – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de uma pessoa com o vírus – passou no continente de 1,10 para os 1,15, acima do limite estabelecido de 1.

O ritmo de administração de vacinas também acelerou no último mês, passando de 42% para 60% da população com a primeira dose (de cerca de 4,3 milhões para 6,2 milhões de pessoas), enquanto o número de utentes que concluíram a vacinação subiu dos 25% para os 42% (de cerca de 2,5 milhões para 4,3 milhões).

As pessoas entre os 50 e 64 anos e entre os 25 e os 49 anos foram as faixas etárias com crescimentos mais significativos de inoculações desde 13 de junho, passando de 69% para os 90% e dos 19% para os 57% com a primeira dose, respetivamente.

LUSA

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