10 Set, 2021

Colangite Biliar Primária: a importância do diagnóstico precoce

A doença crónica autoimune pode ser adequadamente tratada se se verificar um diagnóstico atempado.

No âmbito do Dia Mundial da Colangite Biliar Primária, que se assinala a 12 de setembro, torna-se fundamental conhecer e alertar para a doença rara, crónica, que afeta primeiramente o fígado e que atinge cerca de mil doentes em Portugal.

A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença crónica do foro imunológico, com 90% dos casos registados em pessoas do sexo feminino entre os 40 e os 60 anos, que é desencadeada por substâncias do próprio organismo que atacam o fígado, provocando inflamação.

“Por se tratar de uma doença silenciosa, todas as pessoas devem incluir as análises do fígado na avaliação de rotina (ALT, fosfatase alcalina e GGT) para detetar a CBP, entre outras doenças do fígado”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), Guilherme Macedo. “Trata-se de análises simples, acessíveis a todos e que qualquer médico pode prescrever”.

Tal como alerta o diretor do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, “na maioria dos casos, a CBP é assintomática. No entanto, o sintoma principal pode ser o cansaço inexplicável ou o prurido, o qual, por vezes, é muito incapacitante, levando a feridas na pele”. Ainda assim, “apesar de não ter cura, esta doença tem tratamento no caso de ser diagnosticada precocemente”, esclarece.

É aqui que é reforçada a importância de uma deteção atempada da CBP, uma vez que as consequências mais graves podem surgir em doentes já na fase de cirrose, com sintomas de ascite (acumulação de líquido intra-abdominal), encefalopatia (alterações mentais), vómitos com sangue por roturas das varizes do esófago, emagrecimento acentuado ou cancro do fígado.

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