Centro Hospitalar de Leiria trabalha para desmistificar o cancro

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai dinamizar mais uma edição da iniciativa “Reagir”, que pretende desmistificar a palavra cancro, que “ainda mete medo”, diz uma enfermeira do hospital de dia do Hospital de Santo André.

“A palavra cancro ainda incute medo. Tentamos desmistificar em cada vinda e vai-se conseguindo aliviar um pouco a pressão psicológica que a palavra em si causa. Daí a iniciativa ‘Reagir’, para tentar aliviar esse peso”, adiantou a enfermeira Fátima Rolo, que está no hospital de dia do Hospital de Santo André (HSA) há 16 anos.

Alcina Ponte, diretora do Hospital de Dia, onde, entre outros tratamentos, são realizadas sessões de quimioterapia, acrescentou à Lusa que “quanto mais se conviver com a realidade e se chamar a palavra pelo seu nome, mais fácil será enfrentar o cancro”. “Não conseguimos ultrapassar, se não lidarmos com a palavra”, reforçou.

À semelhança do que sucedeu em 2018, o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai assinalar o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro com a iniciativa “Reagir”, cuja primeira ação está agendada para segunda-feira.

Pelas 12:00, no auditório do Hospital de Santo André, o CHL organiza a conferência “Conviver com o cancro”, destinada a profissionais, doentes e as suas famílias, e que tem como oradoras a diretora do Serviço de Oncologia Médica do IPO de Coimbra, Gabriela Sousa, e a membro da direção clínica da Unidade de Cuidados Continuados da Batalha Ângela Coelho.

“Habitualmente, já assinalávamos o dia 4 de fevereiro com algumas atividades organizadas pela equipa que aqui trabalha. Procurávamos dar um dia diferente. No ano passado, surgiu a ideia de extrapolar para o exterior e mostrar à comunidade aquilo que também se faz cá dentro, com dois objetivos: sensibilizar para o tema do cancro e para a prevenção, e dizer o que fazemos, como diagnosticamos, como tratamos, como acompanhamos”, explicou Alcina Ponte.

Com o mote “As Artes de Leiria na Luta ao Cancro”, este projeto convida todos os leirienses a participar em ações de sensibilização para a prevenção e deteção precoce do cancro, informando, alertando e mostrando que há vida para além desta doença.

Além da conferência, está prevista uma caminhada no dia 10, com concentração no Largo de Papa, às 09:30, e uma corrida/caminhada, no dia 13, que integra as Brisas do Lis Night Run, pelas 21:30. A concentração é na Praça Rodrigues Lobo e o percurso tem passagem pelo Hospital de Santo André.

Já no dia 16, realiza-se a “Gala Reagir 2019”, um espetáculo solidário que decorrerá no Teatro José Lúcio da Silva, pelas 21:30, com a participação de artistas leirienses de várias áreas, como a dança, a música e o teatro. O preço dos bilhetes reverte para o hospital de dia.

No Hospital de Dia do HSA realizam-se tratamentos de quimioterapia e “outros que estejam relacionados com o cancro”, explicou Alcina Ponte.

A médica informa que, neste serviço, uma equipa de quatro oncologistas, dez enfermeiros, uma psicóloga, uma nutricionista, duas assistentes operacionais e uma assistente técnica procuram “humanizar” ao máximo o acompanhamento dos utentes.

“Procuramos que toda a equipa esteja disponível para ouvir, para que o doente saiba que está sempre aqui alguém para os escutar e que os compreende. Isso dá confiança. Toda a equipa está sensibilizada para humanizar e orgulho-me bastante desta equipa”, destacou Alcina Ponte.

O Hospital de Dia do HSA é centro referência nacional dos cancros do cólon e biliopancreático e acompanha também os tumores mais frequentes em Portugal: pulmão, próstata, mama, bexiga e aparelho digestivo.

Diariamente, passam, no Hospital de Dia, uma média “entre 40 a 50 doentes” e realizam-se “cerca de nove mil sessões por ano”, informou ainda Fátima Rolo.

LUSA

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