18 Jun, 2025

Associações portuguesas lançam um novo recurso para empoderar pessoas com Síndrome da Bexiga Hiperativa

A APDPI , a APU e a APNUG apresentam um documento elaborado por várias associações internacionais, com vista a apoiar pessoas que vivem com síndrome da bexiga hiperativa.

Associações portuguesas lançam um novo recurso para empoderar pessoas com Síndrome da Bexiga Hiperativa

No âmbito da Semana Mundial da Continência, que se assinala de 16 a 22 de junho, um conjunto de associações portuguesas – a APDPI (Associação Portuguesa para a Disfunção Pélvica e Incontinência), a APU (Associação Portuguesa de Urologia) e a APNUG (Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia) – unem-se para apresentar um documento inovador elaborado por um conjunto de associações internacionais que visa apoiar pessoas que vivem com síndrome da bexiga hiperativa.

A incontinência urinária é uma condição caracterizada pela perda involuntária de urina, que pode ocorrer de forma ocasional ou persistente e afetar tanto mulheres como homens, embora seja mais prevalente no sexo feminino e em idades mais avançadas. Em Portugal, estima-se que cerca de 600 mil pessoas vivam com esta disfunção e que entre 5% a 15% da população sofra de incontinência fecal.

O peso da doença vai muito além do desconforto físico: a perda de controlo sobre funções básicas do corpo tem repercussões profundas na autoestima, na autonomia e na qualidade de vida dos doentes. Muitos evitam sair de casa, reduzem a sua vida social, seguindo rotinas restritas e sentem vergonha, ansiedade ou mesmo depressão.

Neste sentido e de forma a dar algum suporte aos doentes, três associações portuguesas juntaram-se para lançar em Portugal um guia elaborado por Associações estrangeiras com o apoio da European Association of Urology. O documento “Respostas para BHA” pretende ajudar os doentes a compreender melhor a sua patologia e a tomar decisões informadas sobre o seu tratamento. O documento aborda de forma simples os sintomas da síndrome da bexiga hiperativa, as opções terapêuticas disponíveis e inclui, também, ferramentas para facilitar a comunicação com os profissionais de saúde e promover decisões partilhadas.

Para Joana Oliveira, Presidente da APDPI “Na APDPI trabalhamos todos os dias para dar visibilidade a condições que continuam envoltas em silêncio, vergonha e desinformação. A síndrome da bexiga hiperativa é ainda marcada por estigma e tabu, o que leva muitas pessoas a sofrerem em silêncio. Com este guia, queremos ajudar a quebrar essas barreiras, promovendo o acesso à informação, reforçando o direito de cada doente a ser ouvido e envolvido nas decisões sobre o seu tratamento, e incentivando uma relação mais aberta, empática e colaborativa com os profissionais de saúde. Falar abertamente sobre incontinência é um ato de coragem — e também de cuidado.”

Ricardo Pereira e Silva, Vice-presidente da APNUG acrescenta ainda que “em 2025, os doentes querem – e devem – estar bem informados. Um doente que compreende a sua condição participa ativamente nas decisões sobre o seu tratamento, o que permite uma melhor adequação das opções terapêuticas e, muitas vezes, melhores resultados.”

A partilha deste documento simboliza um grande passo na promoção da literacia em saúde e no reforço do papel ativo do doente na gestão da sua condição. Com este recurso, pretende-se contribuir para uma maior consciencialização sobre a síndrome da bexiga hiperativa, combater o estigma associado à incontinência e apoiar uma abordagem mais informada, humanizada e colaborativa entre doente e profissional de saúde.

Miguel Ramos, Presidente da APU reitera que “O impacto da incontinência na vida dos indivíduos e das suas famílias pode ser devastador. A Semana Mundial da Continência pretende reduzir o estigma em torno da incontinência e incentivar as pessoas afetadas a procurar ajuda e tratamento.”

A propósito da Semana Mundial da Continência, Ana Sofia Oliveira, especialista em Cirurgia Geral, no Hospital Dr. Nélio Mendonça, destaca ainda o peso da incontinência fecal que “afeta entre 5% e 15% das pessoas em todo o mundo; no entanto, sendo o seu diagnóstico difícil pelo componente íntimo e pessoal, a prevalência está consideravelmente subestimada. Na maioria dos casos, a pessoa com incontinência fecal sofre em silêncio, muitas vezes ocultando os sintomas da própria família e amigos próximos. Esta patologia está associada a um impacto significativo em termos sociais, psicológicos e económicos. Estando muitas vezes presente na população ativa, é causa não só de absentismo e diminuição da produtividade, mas também de elevados custos de saúde a curto e longo prazo. É essencial a sensibilização de todos para melhor compreender, aceitar e acompanhar estes doentes, permitindo que estes sintam segurança em procurar ajuda.”

COMUNICADO

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