6 Jul, 2021

Alerta para fragilidade em doentes com insuficiência cardíaca

O critério de fragilidade mais comum em doentes com insuficiência cardíaca é a exaustão (90%), seguido da baixa atividade física (81%).

Investigadores do Porto identificaram uma elevada prevalência de pré-fragilidade e de fragilidade nos doentes com insuficiência cardíaca, inclusivamente nos mais novos, defendendo, por isso, que a massa muscular deve ser tida em conta quando são delineados planos de intervenção.

O estudo realizado no CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a que a Lusa teve hoje acesso, mostra que 57,4% das pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca apresentam pré-fragilidade e 15,4% já têm fragilidade.

O critério de fragilidade mais comum é a exaustão (90%), seguido da baixa atividade física (81%).

Rui Valdiviesso, investigador do CINTESIS e primeiro autor do estudo, publicado na revista científica Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases, chama a atenção para as idades precoces: “8,1% dos doentes com insuficiência cardíaca e fragilidade – uma condição classicamente geriátrica – têm abaixo dos 65 anos de idade”.

A fragilidade caracteriza-se pela existência de três ou mais dos seguintes critérios: fraqueza muscular, lentidão, perda de peso não intencional, diminuição da atividade física e exaustão, e a pré-fragilidade existe na presença de um ou dois dos referidos critérios.

Ao analisarem os fatores associados à fragilidade nestes doentes, os investigadores concluíram que “a massa muscular é o preditor mais importante de evolução para este fenótipo”.

A equipa entende, por isso, que a massa muscular deve ser tida em conta quando são delineados planos de intervenção, no sentido de monitorizar os doentes, inclusivamente os mais novos, e, eventualmente, de reverter a fragilidade.

Ao todo, o estudo incluiu 136 participantes seguidos num hospital universitário português, com idades compreendidas entre os 24 e os 81 anos (59 anos em média), sendo que as mulheres representavam 33,8%.

Além de Rui Valdiviesso, este trabalho teve como autores Luís Azevedo, Emília Moreira, Rosário Ataíde, Sónia Martins, Lia Fernandes e José Silva Cardoso, investigadores do CINTESIS e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com a orientação de Nuno Borges, do CINTESIS/Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

 

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