Centro Hospitalar do Oeste pede abertura de concurso urgente para 180 precários
O anúncio por parte do Conselho de Administração da intenção de abrir concursos, surge após os trabalhadores com contrato precário terem ameaçado com greve se não virem reconhecidos os seus direitos
O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) anunciou que está a concertar com a tutela a abertura de concursos urgentes para a integração de 180 trabalhadores precários que ameaçam com uma greve se não forem reconhecidos os seus direitos.
“O Conselho de Administração (CA) reconhece a situação destes prestadores de serviços”, divulgou em comunicado o Centro Hospitalar do Oeste, anunciando que está “em concertação com a tutela para a resolução do problema” de 180 trabalhadores precários que prestam serviço nos três hospitais da instituição (Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche).
O CA, presidido por Ana Paula Harfouche, explica que a resolução da situação de precariedade que afeta os funcionários subcontratados através da empresa Lowmargin está a ser feita por “duas vias”.
A primeira, o “pedido de abertura de concursos urgentes para a regularização destas situações” e, a segunda, a “alteração do estatuto jurídico” do CHO, que integra atualmente o setor público administrativo (SPA) e pretende passar a integrar o setor empresarial do estado (EPE).
A posição do CA foi expressa depois de ontem os trabalhadores terem estado reunidos, durante a manhã, com Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, em mais uma ação de luta que a bloquista considerou “um exemplo que deve ser seguido noutros hospitais do país onde esta precariedade também existe mas os trabalhadores não a denunciam”.
“É preciso assumir que falta gente na função pública e abrir os quadros, é preciso regularizar os vínculos das pessoas que estão há tantos anos a trabalhar no mesmo sítio numa situação de precaridade e é preciso lançar concursos para contratar novas pessoas que também são precisas nos hospitais”, defendeu a coordenadora do BE.
Para a bloquista, o caso dos trabalhadores precários do CHO, subcontratados, nalguns casos há 19 anos, é um exemplo de que o Estado “está a pagar a empresas que não servem para absolutamente nada” e que considera “abutres”, que pagam os trabalhadores “o ordenado mínimo”, mas recebem do Centro Hospitalar “o dobro [desse valor].
O encontro de Catarina Martins com os trabalhadores do CHO foi agendado na sequência de várias ações de denúncia levadas a cabo pelos ‘precários do CHO’, um grupo de 180 funcionários que dizem desenvolver funções essenciais à instituição e reclamam direitos iguais aos colegas da função pública.
Os trabalhadores pediram, na terça-feira, uma reunião com o CA do CHO, para reivindicarem direitos laborais que, se não forem reconhecidos, originarão “uma greve por tempo indeterminado”, divulgaram em comunicado.
O CA não respondeu ainda ao pedido de reunião nem esteve disponível para prestar os esclarecimentos solicitados pela agência Lusa relativamente ao pedido de abertura de concurso para integração dos trabalhadores.
LUSA