Europeus terão acesso igual a tratamentos contra o cancro através de nova rede europeia que inclui Portugal
Todos os anos, cerca de 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro na Europa, e 1,3 milhões morrem devido à doença.

Os cidadãos europeus, incluindo os portugueses, passarão a ter acesso aos mesmos tratamentos contra o cancro através de uma rede europeia de centros de Oncologia, que visa aumentar a oferta e a qualidade dos cuidados prestados, anunciou o coordenador do projeto, Norbert Ifrah, presidente do Instituto Nacional do Cancro em França.
Em declarações à Lusa, em Paris, o investigador explicou que a Rede Europeia de Centros Compreensivos de Cancro (EUnetCCC, na sigla inglesa) tem como principal objetivo “elevar toda a oferta de cuidados e o acesso à inovação em toda a União Europeia e um pouco além”.
Criada há um ano, a EUnetCCC pretende garantir igualdade no tratamento oncológico em toda a Europa, através da partilha de técnicas, dados e especialidades entre centros hospitalares dos diferentes países. “Queremos dar acesso a todas as pessoas doentes ao melhor que a oncologia pode oferecer, onde quer que estejam”, sublinhou Ifrah, à margem da primeira reunião anual da rede, que decorreu em Paris na semana passada.
A rede envolve os 27 Estados-membros da União Europeia, bem como a Moldávia, a Islândia e a Ucrânia, e foi formalmente lançada em outubro de 2024. O objetivo é certificar 100 centros hospitalares até 2028, assegurando pelo menos um centro por país participante.
Todos os países signatários comprometem-se a manter a rede até 2028, ano em que será realizado o primeiro balanço do programa. Em Portugal, o IPO do Porto já integra o projeto como centro-piloto, estando a desenvolver um programa dedicado à melhoria dos cuidados aos doentes com cancro do pulmão e do cólon.
A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, afirmou em Paris que espera que o envolvimento português na EUnetCCC permita “construir políticas públicas que transformem esta rede europeia de cancro numa verdadeira rede portuguesa de cancro”, garantindo que “cada português, independentemente do local onde vive, tenha a mesma perspetiva de cura”.
O projeto tem um orçamento total de 112 milhões de euros, dos quais 80% são financiados pela União Europeia, cabendo aos Estados participantes a responsabilidade pelos restantes 20%.
Todos os anos, cerca de 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro na Europa, e 1,3 milhões morrem devido à doença — números que os promotores da EUnetCCC esperam ajudar a reduzir através de uma resposta coordenada e inovadora à escala continental.
SO/LUSA
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