20 Out, 2016

“Verdes” questionam Governo sobre colocação de médicos de família em Alpiarça

O Partido Ecologista “Os Verdes” questionou o Governo sobre a dificuldade sentida pelos cidadãos de Alpiarça no acesso a cuidados de saúde primários, devido à falta de médicos de família para 3.434 utentes

Numa pergunta entregue no parlamento pelo deputado José Luís Ferreira, “Os Verdes” questionam o Ministério da Saúde sobre a colocação de médicos de família no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, em particular no Centro de Saúde de Alpiarça, onde têm existido reclamações dos utentes.

O partido lembra que 34.316 dos 200.000 utentes inscritos nos nove concelhos que integram o ACES da Lezíria não têm médico de família atribuído, sendo que na Chamusca e em Alpiarça essa falta afeta metade dos utentes inscritos.

“De acordo com o ACES [da] Lezíria, em maio deste ano, os concelhos identificados em situação crítica são Salvaterra de Magos (12.366 utentes sem médico), Rio Maior (9.652 utentes sem médico) e Almeirim (8.792 utentes sem médico). Em Chamusca e Alpiarça, cerca de metade dos utentes não tem médico de família atribuído, respetivamente 4.099 e 3.434 utentes”, afirma o requerimento.

José Luís Ferreira refere a abertura de concurso, em 15 de junho último, para preenchimento de 338 vagas a nível nacional, dez das quais no ACES da Lezíria, perguntando para quando se prevê a colocação dos médicos e se algum deles ficará em Alpiarça.

A pergunta em relação a esta situação específica decorre de uma denúncia de utentes do concelho de Alpiarça, “demonstrando a dificuldade em aceder aos cuidados primários de saúde, originada pela falta de médicos de família”.

Um dos utentes queixa-se de nem ele, que sofre de “um problema grave de saúde”, nem o pai, “pessoa de idade”, terem médico de família há 15 anos e de só ser possível “apanhar” consulta às quartas-feiras, o que leva as pessoas a colocarem-se à porta do centro de saúde “às 04:00 ou 05:00 da manhã” para se inscreverem, tendo que regressar das 15:00 às 18:00 para a consulta.

Este utente afirma ter dado conhecimento da situação aos gabinetes do ministro da Saúde, do primeiro-ministro, do Presidente da República, do Provedor de Justiça e aos grupos parlamentares, sem que o problema seja resolvido.

“É que as pessoas deslocam-se às urgências do hospital de Santarém e os médicos de lá mandam as pessoas para o médico de família no centro de saúde de Alpiarça. Então, se a pessoa não tem médico de família como é que resolve o problema? Vai ali para o hospital da Cuf de Santarém? Então, se as pessoas nem têm dinheiro para comer nem para beber, como é que têm dinheiro para ir para a Cuf de Santarém?!”, questiona José Vieira.

LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais