17 Mai, 2021

Uso de máscara obrigatório pode acabar antes de julho, defende virologista

Segundo Pedro Simas, a imunidade populacional em Portugal já deve rondar entre os 45 a 50%, “o que já é um muro muito alto de proteção”.

De acordo com o virologista do Instituto de Medicina Molecular (IMM) Pedro Simas, o fim da obrigatoriedade no uso de máscara deverá ter lugar antes do início do mês de julho, altura em que Portugal já deve ter vacinado 60% da população. Segundo esclareceu, quando chegarmos a esse patamar, “podemos libertarmo-nos da máscara para sempre”.

Em declarações à TVI24, o especialista revelou que o testemunho de outros países será essencial para as medidas que serão tomadas a nível nacional. No entanto, sublinhou que o uso de máscara ainda é essencial porque estamos ainda numa “fase de transição”.

“Neste momento, temos, felizmente, em Portugal, os grupos de risco todos protegidos com a vacinação (…) o que dá uma liberdade extra”. O virologista ressalta que “a taxa de reinfeção de pessoas vacinadas ou que estiveram infetadas é muito pequena” e que a imunidade nacional ronda atualmente os 45% e os 50%, o que significa “um muro muito alto de proteção”.

No entanto, Pedro Simas esclarece que a dispensa do uso da máscara “ainda pode induzir algum aumento de infeção”. No mesmo sentido, o especialista acredita que o vírus “vai continuar a existir no mundo como os outros quatro coronavírus”, reforçando que a sua circulação pode aprimorar a imunidade alcançada pelas vacinas.

Já o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, já adiantou que Portugal não está a equacionar descartar o uso da máscara por parte das pessoas imunizadas, uma vez que não existe “robustez científica naquilo que é a possibilidade de transmissibilidade, nomeadamente nos assintomáticos”.

Tal como declarou à Agência Lusa, “tomámos a decisão de, mesmo após a vacinação, manter a máscara, manter distanciamento e, portanto, manter as diretrizes da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, ressaltando que “o que há de robustez em termos científicos é que há uma imunogenicidade, por assim dizer, contra doença grave”. Ainda assim, Lacerda Sales afirmou que os procedimentos podem “vir a ser adaptados e adequados a novas normas”, consoante a evolução dos conhecimentos científicos.

Recorde-se que, na passada quinta-feira, os Estados Unidos da América anunciaram o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras para pessoas vacinadas. As orientações definidas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) foram revistas, permitindo, assim, a dispensa da máscara ao ar livre e em espaços fechados, à exceção de alguns ambientes fechados e lotados, como aviões, autocarros e hospitais.

SO

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