18 Out, 2021

Urgências dos hospitais pressionadas por casos pouco ou nada urgentes

Os doentes nada ou pouco urgentes representaram 41% do total de casos que recorreram às urgências no mês de setembro.

A afluência às urgências dos hospitais públicos tem sido crescente e os números já estão muito próximos dos de 2019. No entanto, grande parte dos casos que pressionam os serviços representam situações pouco ou nada urgentes que deviam ser atendidas nos cuidados de saúde primários, avança o Jornal de Notícias.

Em setembro deste ano, os doentes não urgentes (com pulseira azul) e pouco urgentes (com pulseira verde) representaram 41% do total de urgências de todo o país, o que corresponde a 183 mil episódios (6100 por dia). Em 2019, esta percentagem rondou os 37% no mesmo mês.

Com o regresso aos níveis pré-pandemia, para agravar o panorama, além do aumento de casos não urgentes, juntam-se o aumento de infeções respiratórias não covid, os doentes crónicos que necessitam de cuidados e a incapacidade dos espaços físicos para acolher os doentes com o distanciamento exigido.

Do mesmo modo, as dificuldades dos centros de saúde em receber os doentes continua a ser um problema, sendo que estes têm acumulado a atividade assistencial com a resposta à pandemia e à vacinação. Ainda, por uma questão cultural, há ainda uma grande porção de pessoas que recorre diretamente à urgência hospitalar em vez de procurar os cuidados de saúde primários.

No Hospital de S. João, por exemplo, o peso dos doentes com pulseiras verdes e azuis (35%) significa atender mais 200 doentes num dia com elevada afluência.

Nas urgências do centro hospitalar de Gaia/Espinho, a afluência às urgências em setembro também já está em números “muito próximos” do mesmo mês de 2019. A instituição implementou um projeto para dar a resposta a esta procura, com marcação de consulta no próprio dia ou no dia seguinte no centro de saúde, mas a adesão tem sido baixa.

SO

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