24 Abr, 2019

Urgência cirúrgica do hospital de Faro pode estar em risco

O Sindicato Independente dos Médicos alerta que a escalas da urgência cirúrgica podem ficar sem profissionais, caso a administração reduza as equipas previstas para cada turno.

Urgência cirúrgica do hospital de Faro pode estar em risco

“O Conselho de administração entende administrativamente diminuir as equipas. Os médicos, responsavelmente, dizem que não é possível e, por isso, nos dias em quem não estejam os mínimos, não é possível fazer escalas com os mínimos indispensáveis e, nesses dias, não haverá urgência cirúrgica”, afirmou o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, à agência Lusa.

Contudo, numa resposta escrita enviada à Lusa, o conselho de administração da unidade hospitalar algarvia garantiu que “o Serviço de Urgência Polivalente do Centro Hospitalar Universitário do Algarve [CHUA] terá em maio assegurada a adequada resposta na especialidade de Cirurgia Geral”.

O secretário-geral do SIM disse que há uma “carência extrema de recursos humanos” no Algarve e as escalas das urgências têm “sido asseguradas com grande espírito de sacrifício e empenho pelos médicos com mais de 55 anos, que fazem as urgências e podem deixar de fazer”, caso a administração do CHUA reduza as equipas para números inferiores aos previstos pelo colégio da especialidade da Ordem dos Médicos (OM).

“O SIM, através do seu secretário-geral, denuncia a situação, apela a que o conselho de administração tenha bom senso, e irá denunciar a situação ao Ministério da Saúde, à Ordem dos Médicos, apelando a que, o mais rapidamente possível, a Ordem dos Médicos possa fazer uma visita ao terreno”, adiantou a mesma fonte.

Roque da Cunha acusou a administração hospitalar de “incapacidade de liderança” e disse que os médicos já alertaram a unidade hospitalar de que, “a manter-se a situação, haveria dias em que a urgência não abriria”.

Questionado sobre o que acontece se a urgência cirúrgica não funcionar, a mesma fonte respondeu que os utentes “serão reencaminhadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)” para outras unidades de saúde do país.

Confrontada com a posição do SIM, a administração do CHUA considerou que as “escalas são instrumentos e documentos internos de trabalho no âmbito da gestão equilibrada e racional de recursos humanos”, acrescentando que, em maio, será “assegurada a adequada resposta na especialidade de Cirurgia Geral”.

“O Centro Hospitalar Universitário do Algarve tem vindo internamente a trabalhar de uma forma rigorosa e atempada na preparação e organização das escalas dos Serviços de Urgência. A organização de todo o trabalho e, especialmente, das equipas de urgência é efetuada com grande rigor, empenho e dedicação da parte dos profissionais de saúde”, referiu a administração do CHUA na resposta à Lusa.

A mesma fonte acrescentou que “as escalas de Cirurgia Geral, bem como das demais especialidades, devem estar adequadas à atividade necessária para garantir a resposta desta especialidade no âmbito do Serviço de Urgência”, tendo em conta “a afluência de doentes ao serviço, o número de especialistas disponíveis e o rácio de profissionais essenciais para as escalas nos vários turnos”.

O objetivo é “assegurar permanentemente a resposta assistencial todos os dias do ano”, sublinhou.

LUSA

ler mais

Partilhe nas redes sociais:

ler mais