Um terço dos doentes em UCI em Lisboa já tem a primeira dose da vacina
A maioria dos doentes internados em cuidados intensivos são homens com menos de 55 anos com alguns problemas associados – hipertensão, diabetes e obesidade.
Cerca de um terço dos doentes internados em unidades de cuidados intensivos devido à covid-19, na região de Lisboa e Vale do Tejo já tem a primeira dose da vacina tomada. As informações foram reveladas pelo presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva, João Gouveia, ao jornal Público.
O boletim da Direção-Geral da Saúde de terça-feira mostra que o país voltou a ultrapassar a centena de doentes em UCI, número que não era atingido há dois meses (desde 22 de abril). “Este número redondo que chama a atenção das pessoas para a importância de terem consciência de que não podemos ter um Rt acima de um com a incidência atual” e que já implica “uma sobrecarga nos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, ainda que não muito grande e que por enquanto não compromete a resposta habitual”, explica o médico João Gouveia.
O médico considera que a vacinação é a “melhor arma” para combater o vírus, mas “não é a única e por si só não chega”. Alertando para a necessidade de “acelerar o processo de vacinação e avançar com medidas para reduzir francamente a transmissão, sobretudo dentro de Lisboa”.
Desde o início da vacinação, o perfil dos doentes que se encontram nas UCI tem vindo a alterar-se. João Gouveia afirma que a maioria são homens mais jovens, com problemas de hipertensão, obesidade ou diabetes, mas também existem pessoas sem doenças associadas.
“Mais de metade dos doentes (internados) tinha menos de 55 anos. São agora francamente mais jovens e havia mesmo doentes com 25 anos e sem comorbilidades em risco de vida, na semana passada”, explicou o médico. Deixando o aviso: “(as pessoas) não podem pensar que (a covid-19) é uma gripezinha que não causa doença grave”.