Três governos depois do arranque do projecto… Baixa de Lisboa inaugura USF

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considerou hoje que a nova Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, no Martim Moniz, vai ser um "extraordinário instrumento de inclusão" do ponto de vista social, económico e cultural

“Este centro vai ser um extraordinário instrumento de inclusão do ponto de vista social, do ponto de vista das condições de acesso aos cuidados de saúde, do ponto de vista económico certamente, mas também do ponto de vista da integração social, cultural, étnica, que é tão essencial ao bom funcionamento de uma cidade”, afirmou Fernando Medina (PS) durante a inauguração do espaço.

Medina apontou que, “entre Santa Maria Maior e Arroios, [são] porventura mais de 80 nacionalidades” que se cruzam, o que as constitui como das mais heterogéneas e mais diversificadas freguesias da cidade de Lisboa.

“Temos situações de uma grande heterogeneidade social do ponto de vista de rendimentos, do ponto de vista de acesso aos bens da sociedade moderna”, referiu o presidente, acrescentando que a USF da Baixa “vai ter uma importância estratégica em fazer chegar os cuidados de saúde a estratos sociais que não os tinham”.

Em funcionamento desde segunda-feira, a USF da Baixa vai servir “mais de 15 mil pessoas”, apontou Medina, que espera que a unidade tenha um “papel estratégico na reabitação da baixa da cidade”.

Também a “construção do Hospital Oriental vai permitir, em conjunto com este centro de saúde, desbloquear o desenvolvimento de toda a Colina de Santana”, precisou.

A USF da Baixa, situada no n.º 43 da Rua da Palma, ao Martim Moniz, irá funcionar de segunda a sexta-feira, das 08:00 às 20:00, e disponibilizará consultas de Medicina Geral e Familiar, “contando para isso com uma equipa de oito médicos, oito enfermeiros e cinco administrativos”, referiu a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) em comunicado.

O coordenador do equipamento de saúde primário será Martino Gliozzi, também presente na cerimónia de inauguração, que frisou o facto de este ser constituído por “médicos recém-especialistas” e pretender também constituir-se como uma “ilha da tolerância”.

A USF da Baixa nasceu de uma parceria entre a ARSLVT e a Câmara de Lisboa, à qual se associou a Estamo (empresa pública gestora das participações imobiliárias do Estado), e está instalada em espaços municipais.

Com a abertura da unidade da Baixa, o Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Central passa a ter em funcionamento 11 USF, seis Unidades de Cuidados Personalizados, duas Unidades de Cuidados na Comunidade, uma Unidade de Saúde Pública e uma Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados.

Também presente na cerimónia, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, observou que é necessário olhar “de uma vez por todas para a região de Lisboa e Vale do Tejo como ela nunca foi encarada”, pois “nunca houve uma visão integrada de um território tão vasto, tão densamente povoado, com tantos problemas sociais”.

Falando no Hospital Oriental de Lisboa, Adalberto Campos Fernandes frisou que irá “permitir que finalmente a cidade tenha racionalidade nos seus equipamentos de saúde, os espaços possam ser devolvidos à fruição, e a qualidade dos cuidados possa ser melhorada”.

Quanto aos profissionais, maioritariamente jovens, o membro do Governo defendeu que “é esta a nova vaga de profissionais que está a chegar ao Serviço Nacional de Saúde: médicos e enfermeiros altamente qualificados, jovens motivados que dão a garantia que aqueles que dizem que Serviço Nacional de Saúde não tinha futuro estavam completamente enganados”.

SO/LUSA

 

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