Torres Vedras quer mais investimento nos cuidados primários e hospitalares

A Câmara de Torres Vedras exigiu ao Governo mais investimento para dotar o centro de saúde e o hospital de mais médicos, melhores serviços e instalações, num documento enviado à tutela

No documento reivindicativo enviado ao Ministério da Saúde pelo município, que em fevereiro recolheu contributos de cidadãos, profissionais e dirigentes da saúde da região no Fórum da Saúde, Torres Vedras pede condições para atrair médicos, o reforço das especialidades médicas, a criação de uma unidade de cuidados intensivos, obras na unidade de Torres Vedras e novos equipamentos de diagnóstico para melhorar o serviço.

No documento, exige-se também uma maior articulação na prestação de cuidados entre centros de saúde e hospital, bem como entre a urgência e o serviço de medicina, para reduzir as camas existentes na urgência e aumentar a capacidade de internamento da medicina.

É defendido um novo modelo de gestão para o Centro Hospitalar do Oeste, através da alteração do seu estatuto para Entidade Pública Empresarial, para dar mais autonomia aos gestores hospitalares na contratação de profissionais e na aquisição de materiais.

Do Fórum da Saúde saiu a necessidade urgente de tutela e municípios definirem de vez se querem construir um único hospital fora de Caldas da Rainha e de Torres Vedras para servir toda a região Oeste, para o qual não há consensos, ou se a solução passa por investir na beneficiação das unidades existentes em cada uma das cidades.

Uma vez que há serviços que só existem em Torres Vedras e outros nas Caldas da Rainha, obrigando à mobilidade dos cidadãos entre os dois hospitais, é pedido mais transportes públicos entre as duas cidades.

Na área dos cuidados primários de saúde, o Fórum da Saúde concluiu que faltam 46% dos médicos de família necessários, sendo por isso fundamental atrair estes profissionais.

A Assembleia da República discute, amanhã, em plenário, uma petição subscrita por mais de 4000 cidadãos, a exigir um novo hospital para Torres Vedras.

O Parlamento vai ainda debater um projeto de resolução de deputados do PS a recomendar ao Governo que defina um conjunto de políticas que invertam a situação atualmente existente no Centro Hospitalar do Oeste, tais como a alteração do estatuto e hospital do Setor Público Administrativo para Entidade Pública Empresarial.

Os deputados socialistas pedem ainda soluções para evitar a contratação de profissionais através de empresas de trabalho temporário, obras de beneficiação nas duas unidades, o aumento da capacidade de internamento e o reforço de médicos nas especialidades de oftalmologia, urologia, cardiologia, anestesia, radiologia, ginecologia/obstetrícia e dermatologia.

A necessidade de a autarquia debater os problemas de saúde do concelho saiu do diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social e de Saúde 2017/2021, atualizado em 2016.

Nesse âmbito, os cidadãos apontaram a insuficiente resposta dos serviços públicos de saúde, a falta de cuidados paliativos, a inadequação do serviço de urgência, a falta de médicos nas diversas especialidades e, sobretudo, na área da medicina geral e familiar, a necessidade de renovação das infraestruturas e a insuficiência de meios de diagnóstico.

Torres Vedras tem cerca de 80 mil habitantes inscritos no centro de saúde. Destes, quase 51 mil pertencem às três Unidades de Saúde Familiar existentes no concelho (duas na cidade e uma na Silveira), onde apenas cerca de mil utentes não têm médico de família.

Nas restantes extensões do concelho, o número de utentes sem médico de família sobe para cerca de 30 mil.

LUSA/SO/SF

 

Gedeon Richter

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