7 Fev, 2018

Teste de sangue pode ajudar a tratar o Alzheimer numa fase precoce

O teste sanguíneo é capaz de detetar a presença da proteína beta amiloide no cérebro, um indício de que a doença está a instalar-se. Desta forma, abrem-se a porta a tratamentos precoces

Um grupo de cientistas da Austrália e do Japão criaram um teste de sangue capaz de detetar sinais pré-clínicos de Alzheimer. O objetivo é verificar a presença e os níveis de beta amiloide no cérebro – a proteína presente nas pessoas afetadas por esta doença – e, assim, permitir que, nos casos em que a doença seja ainda diagnosticada numa fase inicial, os doentes possam aceder a novos tratamentos que retardem o desenvolvimento do Alzheimer.

O teste não invasivo foi desenvolvido para detetar a presença da referida proteína e teve uma taxa de sucesso de 90%, segundo o estudo publicado pela revista Nature. A acumulação de beta amioloide no cérebro é um sinal da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.

“Este teste é pelo menos tão bom quanto as técnicas atuais de ‘scan’ cerebral e ultrapassa em muito os exames de sangue existentes”, diz Colin Masters, professor e investigador na área da demência no Florey Institute of Neuroscience and Mental Health de Melbourne, que liderou a investigação.

O estudo foi feito a 121 pessoas no Japão e a outras 252 na Austrália, desde pacientes saudáveis até outros com deficiências cognitivas ou até com diagnóstico da doença de Alzheimer.

“O progresso no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a doença de Alzheimer tem sido dececionantemente lento. Nenhum dos três medicamentos atualmente no mercado trata a doença “, lamenta Masters. Contudo, a equipa alerta que estudos posteriores devem incidir numa amostra populacional mais ampla para tornar os resultados mais conclusivos – e aplicáveis ​​clinicamente.

“Precisamos de ver se o teste funciona numa população maior, mas tem o potencial de acelerar os ensaios clínicos e ajudar as pessoas nos estados iniciais da doença de Alzheimer a aceder a novos tratamentos se e quando eles estiverem disponíveis”, disse Doug Brown, investigador da Sociedade de Alzheimer do Reino Unido.

 

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