Sociedades médicas unem-se para recomendar vacinação contra VSR na população adulta
O vírus sincicial respiratório (VSR) é, segundo as estimativas, responsável por mais de 3.000 hospitalizações de maiores de 65 anos em Portugal, todos os anos. A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar é uma das seis sociedades médicas que apela à comparticipação da vacinação.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e outras cinco sociedades médicas nacionais apelam a “ação urgente”, para reduzir impacto do vírus sincicial respiratório (VSR) nos doentes e no sistema de saúde. Em causa está, segundo se avança em comunicado, “um maior número de casos de infeção por VSR, maior duração dos internamentos, situações clínicas mais graves e uma maior mortalidade associada à infeção VSR nas pessoas com 75 ou mais anos”.
Os vários especialistas defendem que “a vacinação contra o VSR em idosos e adultos com doenças crónicas não é apenas recomendada, mas essencial para prevenir esta infeção e o seu impacto, tanto para os doentes como para o sistema de saúde”.
De acordo com o Global Burden of Disease , o VSR está por detrás de 4,59 milhões de casos de infeções respiratórias em todo o mundo, e que, em Portugal, segundo o Consórcio VSR na Europa (RESCEU), é responsável por 3.095 internamentos anuais de pessoas com mais de 65 anos. Estes internamentos representam 92,5% de todas as hospitalizações por VSR entre os adultos. Os mais vulneráveis são pessoas que vivem algumas patologias crónicas como doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), asma, insuficiência cardíaca, doença arterial coronária, diabetes, doença renal crónica, doença hepática crónica, assim como os imunocomprometidos.
Além da APMGF, subscrevem o apelo a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica, a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.
Atualmente, em Portugal, há duas vacinas disponíveis contra o VSR. Os especialistas nacionais alertam para a necessidade da sua administração nos grupos de risco, recomendando a vacina, idealmente, para pessoas com 50 anos ou mais com fatores de risco (DPOC, asma, insuficiência cardíaca, doença arterial coronária, diabetes, doença renal crónica, doença hepática crónica, imunossupressão, fragilidade, demência e residentes em lares de idosos), bem como para todos os indivíduos com 60 anos ou mais.
“Caso não haja disponibilidade para comparticipação para toda a população recomendada, a prioridade deve ser dada às pessoas com 75 anos ou mais e às que têm 50 anos ou mais com fatores de risco”, pode ler-se no comunicado.
Os especialistas também concordam que a vacina deve ser administrada preferencialmente entre setembro e novembro, coincidindo com a vacinação contra a gripe, o que facilita a proteção simultânea contra ambas as doenças.
Maria João Garcia
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