Sindicatos médicos contestam aumento salarial proposto pelo Governo
Quer a FNAM como o SIM estão descontentes. A FNAM contesta também o novo regime de dedicação plena por assentar em "critérios economicistas ao invés de critérios clínicos" e o SIM lembra "perda de poder económico de 22%".
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera o “aumento transversal de 3,6%” para os médicos proposto pelo Governo “um insulto a toda a classe”, apontando ao executivo “falta de vontade política”.
A posição é expressa num comunicado após uma nova reunião negocial extraordinária que decorreu ontem entre sindicatos dos médicos e Ministério da Saúde, e que terminou sem acordo. “Não aceitamos que 16 meses de negociações resultem num negócio que não vai salvar as carreiras médicas ou o Serviço Nacional de Saúde”, refere a FNAM, que mantém a greve nacional agendada para 14 e 15 de novembro e a manifestação à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, em 14 de novembro.
As negociações entre sindicatos dos médicos e Governo foram iniciadas em 2022, mas continuam num impasse. Uma nova reunião negocial extraordinária está marcada para terça-feira.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também mantém as greves que agendou para este mês face à falta de acordo com o Governo sobre aumentos salariais e dedicação plena, disse o secretário-geral à saída de uma reunião negocial.
Jorge Roque da Cunha referiu que, apesar de o Governo ter revisto de 1,6% para 3,1% a proposta de aumento médio salarial para os médicos de carreira, a medida continua a ser insuficiente face a uma “perda de poder de compra de 22%”.
Quanto ao novo regime de dedicação plena, o SIM considera que, apesar de a proposta do Governo ter baixado das 300 para as 250 horas extraordinárias anuais, o número de horas exigido continua a “ser excessivo” face à “carga de trabalho” que os médicos hospitalares já têm.
A próxima reunião negocial entre sindicatos e Ministério da Saúde, para a qual o SIM não perspetiva acordo, está agendada para terça-feira.
A negociações entre os sindicatos dos médicos e Governo prolongam-se desde 2022. O SIM tem previsto até ao fim de setembro greves nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte. Até 22 de setembro continua a paralisação dos médicos de família às horas extraordinárias. Ontem cumpriu-se o último e segundo dia de uma primeira greve na região Norte. Na próxima quarta e quinta-feira o SIM realiza a primeira de duas greves na região de Lisboa e Vale do Tejo.
LUSA/SO
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