26 Set, 2018

Sindicato denuncia falta de cirurgiões no Centro Hospitalar do Baixo-Vouga

O Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) denunciou, esta terça-feira, a falta de cirurgiões na Urgência do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga (CHBV), em Aveiro e Águeda, tendo a administração hospitalar manifestado o seu empenho em reforçar este quadro clínico.

“Como resultado, a Urgência de Cirurgia tem funcionado muitas vezes apenas com dois elementos, comprometendo os serviços prestados à população e a capacidade de resposta perante emergências”, diz o SMZC em comunicado.

O sindicato acrescenta que esta carência foi identificada há mais de dois anos, tendo o problema sido discutido em reunião com o Conselho de Administração do CHBV já em 2016 e novamente no início do corrente ano.

“Desde então, a situação só se agravou com a saída de cirurgiões e com o envelhecimento da equipa”, diz o SMZC, adiantando que o CHBV tem optado por colmatar a falta de cirurgiões com “recurso a empresas de aluguer de mão-de-obra médica que não conseguem dar resposta às necessidades”.

Na mesma nota, o sindicato refere que os cirurgiões do CHBV há muito que vêm alertando para esta “situação dramática”, que “leva ao desgaste sobre-humano de todos os profissionais do Serviço de Urgência”.

“Entendendo o limite de exaustão a que os trabalhadores médicos chegaram, o SMZC reforça o seu apoio aos trabalhadores médicos que justamente pretendem melhores condições de trabalho, com qualidade, e continuará a envidar todos os esforços nesse sentido em prol de um melhor Serviço Nacional de Saúde”, refere o sindicato.

Contactado pela Lusa, o conselho de administração do CHBV, que integra os Hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, disse ter recebido esta terça-feira a autorização para a contratação de mais uma cirurgiã, que “integrará, de imediato, a equipa de cirurgia”.

O conselho de administração do CHBV afirmou ainda que “continuará empenhado em reforçar este quadro clínico”, adiantando estar a trabalhar em conjunto com a direção do Serviço de Urgência, no desenvolvimento de um plano estratégico relativo à atividade a desenvolver nos próximos anos e que “integra as necessidades, técnicas e humanas, necessárias”.

A diretora do Serviço de Urgência do CHBV apresentou a sua demissão ao conselho de administração no início deste mês e, posteriormente, 40 outros médicos da urgência, solidarizaram-se com a mesma.

Inicialmente, a diretora avisou que estaria em funções até ao dia 10 de setembro, mas, após uma reunião com a administração do CHBV, “aceitou ficar em funções interinamente até 13 de outubro”, disse à Lusa fonte hospitalar.

LUSA

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