Sindicato de Médicos da Zona Sul descontente com processo de recrutamento de médicos
O sindicato dos médicos aponta a atual situação pandémica como uma necessidade acrescida para reforçar o atual SNS.
O Sindicato Dos Médicos Da Zona Sul (SMZS) demonstrou hoje o seu descontentamento relativamente ao processo de recrutamento de médicos. Segundo o sindicato este “apresenta erros e não contempla as necessidades identificadas no país”.
Em comunicado enviado à nossa redação, um dos principais motivos de insatisfação destes profissionais de saúde remete para o facto de, ainda que o “Ministério da Saúde ter emitido um despacho a identificar os serviços e especialidades carenciadas, muitas destas não constam do mapa de vagas que foi colocado a concurso”.
De acordo com a estrutura sindical, é de considerar que “muito provavelmente existe um boicote deliberado à colocação de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
“Antes da abertura dos concursos (avisos n.º 12330-A e 12330-B), foram identificados, por despachos do Secretário de Estado da Saúde (despachos n.º 5039-A/2021 e 5696/2021), os serviços e especialidades carenciadas em diversos pontos do território nacional. A estas vagas carenciadas corresponde um conjunto de incentivos pecuniários e não pecuniários com vista à fixação de jovens médicos”, pode ler-se na nota.
“No entanto, muitas destas vagas acabaram por não constar do mapa de vagas do concurso. Quando interpelada por candidatos, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) respondeu apenas que as vagas carenciadas não têm de ser necessariamente as mesmas colocadas a concurso”, acrescenta o SMZS.
O sindicato aponta a atual situação pandémica como uma necessidade acrescida para reforçar o atual SNS.
“Continuar a ignorar as necessidades já identificadas, e limitar a fixação de jovens médicos nestas áreas, apenas contribuirá para o previsível insucesso do concurso. Além disso, a persistência na abertura de concursos que não vão de encontro às necessidades identificadas apenas servem para acentuar as desigualdades no acesso à saúde e contribuir para o enfraquecimento do SNS”, defende o SMZS.
O SMZS critica, por fim, “a tutela e a ACSS por falharem na concretização de medidas necessárias à fixação de médicos e, assim, contribuírem para o enfraquecimento do SNS, e exige que os concursos para recém-especialistas respeitem os mapas de vagas carenciadas”.
Artigos relacionados: