7 Nov, 2017

Sexting: inocência ou ameaça para os adolescentes?

A junção das palavras inglesas sex + texting originou um novo termo: sexting. E colocou uma nova questão à sociedade: são estas mensagens inocentes ou ameaças?

Mensagens com conteúdo sexual, sexting, são cada vez mais frequentes entre os adolescentes. Fica ainda por apurar se o seu impacto no desenvolvimento destes cidadãos é ameaçador ou não.

O Medscape noticia que no congresso de 2017 do Institute of Psychiatric Services (IPS): The Mental Health Services 2017 Conference, Swathi Krishna, médica especialista em psiquiatria da criança e do adolescente na Emory University, em Atlanta, Georgia,, conversou sobre o advento do sexting e suas possíveis repercussões entre os jovens.

O termo sexting costuma ser usado para abranger uma ampla variedade de atividades digitais. É mais comumente usado para descrever o ato de enviar, receber ou reencaminhar mensagens ou imagens de conteúdo sexual explícito, principalmente entre telefones celulares. O termo também se pode referir ao envio de mensagens com conteúdo sexual explícito por meio de canais digitais, como e-mail, mensagens instantâneas e publicações em redes social, como o Snapchat.

Segundo Swathi Krishna, sexting é um exemplo de uma ampla mudança na expressão sexual, semelhante à revolução sexual da década de 1960.

Estas mudanças alteraram o modo como a sociedade encara os modelos de expressão existentes, muitas vezes com consequências não intencionais com as quais a sociedade precisa lidar mais tarde.

“Nós tendemos a pensar nisso como sendo um desvio comportamental da juventude, mas eu acho que é mais produtivo pensar no sexting como um tipo de casamento natural entre o que já ocorria em termos de expressão sexual e a tecnologia”, disse a psiquiatra.

“Quando pensamos nestes comportamentos como sendo mais normais do que achávamos anteriormente, isso irá nos ajudar, como médicos e profissionais da saúde mental, a falar mais abertamente com os jovens e a entender que isso está acontecendo de forma bastante ampla”.

Em um estudo publicado no periódico Sexual Health em 2016, os pesquisadores fizeram um inquérito com 5.805 adultos solteiros entre 21 e 75 anos de idade. 21% dos participantes informaram enviar mensagens de texto com conteúdo sexual explícito, e 28% disseram receber este tipo de mensagens. Cerca de 30% referiram compartilhar essas mensagens com três amigos, em média. Os participantes do estudo também disseram se preocupar com as potenciais consequências do sexting na própria sua vida social, na sua carreira e no seu bem-estar psicossocial.

“Uma coisa a destacar é que pelo menos os adultos talvez pensem duas vezes”, observou Swathi. “Os adultos têm consciência das potenciais consequências de seus atos, o que não costuma acontecer entre os mais jovens”.

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