30 Nov, 2021

Santa Maria pode não ter médicos suficientes na urgência a partir de dezembro, alerta sindicato

A FNAM garante que "não foi criada a escala [médica] nem resolvido o problema” dos 10 chefes de equipa de urgência cirúrgica que se demitiram".

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) alertou para a inexistência de escala médica para as urgências do Hospital de Santa Maria (Lisboa) a partir de 01 de dezembro, mas a administração garante o habitual funcionamento.

“A partir das 21:00 do dia 01 de dezembro não vai haver médicos suficientes para assegurar a urgência porque não foi criada a escala [médica] nem resolvido o problema” dos 10 chefes de equipa de urgência cirúrgica que se demitiram na passada segunda-feira, disse à agência Lusa o presidente do sindicato, João Proença.

Contactado pela Lusa, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, do qual faz parte do Hospital Santa Maria, assegurou que os serviços de urgência irão continuar a funcionar normalmente.

“O Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) mantém o seu habitual funcionamento, com uma resposta assistencial diferenciada assegurada por várias equipas, que sempre deram nota de um elevado nível de compromisso e profissionalismo”, avançou à Lusa numa resposta por escrito.

O Conselho de Administração reiterou ainda que “mantém o mesmo empenho no diálogo com os seus profissionais, na procura de soluções consensuais para todas as questões identificadas”.

Segundo João Proença, “o Conselho de Administração e a direção médica não tem capacidade de arranjar uma escala”, uma vez que nove dos 10 médicos que se demitiram do cargo de chefia têm mais de 55 anos e, por isso, pediram dispensa do trabalho nas urgências.

Até lá, estes profissionais terão de cumprir as 12 horas de banco de urgência, explicou o dirigente sindical.

Os chefes de equipa de urgência cirúrgica enviaram no dia 10 de novembro uma carta ao diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, na qual apresentavam a sua demissão em bloco a partir de 22 de novembro, que concretizaram nesse dia.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, os cirurgiões afirmavam que a escala de urgência de cirurgia geral “não é exequível, segundo o regulamento de constituição das equipas de urgência”.

Entretanto, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte anunciou que começou a recrutar médicos especialistas e internos de Cirurgia Geral para integrarem as equipas afetas ao Serviço de Urgência Central.

LUSA

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