Reumatologistas só seguem 10% dos doentes com artrite reumatoide

Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Luís Cunha Miranda, a artrite reumatoide é uma “doença crónica porque não tem cura, mas se eficazmente diagnosticada e tratada, tem bom prognóstico.”

O número de doentes com artrite reumatoide seguidos por reumatologistas está a aumentar, tendo ultrapassado os 7.700 no ano passado. Ainda assim, estima-se que a doença afete cerca de 70.000 portugueses.

Os dados foram divulgados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) na véspera do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide, uma doença reumática crónica e inflamatória, que se caracteriza pela inflamação das articulações e “pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular”.

Segundo os dados do Reuma.pt, que existe desde 2008 e é, segundo a SPR, “uma das ferramentas essenciais no seguimento e na melhoria clínica dos doentes em consultas de reumatologia”, no ano passado foram identificados 7.758 doentes seguidos por reumatologistas, contra os 5.002 de 2014.

O número de consultas também disparou, passando de 39.805, em 2014, para as 80.819, em 2018, um crescimento que a SPR considera que permite um melhor controlo da doença, apesar de recordar que muito tem de ser feito em Portugal para fazer chegar em tempo útil estes doentes ao especialista.

A SPR diz ainda que, nos últimos anos, “tem havido uma melhoria significativa no tratamento desta doença com o uso mais eficaz dos medicamentos existentes e dos novos que vão surgindo no mercado”.

“O tratamento precoce pode resultar em melhoria substancial do prognóstico a longo prazo. A artrite reumatoide não é uma doença rara e a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal estima-se que afete 0,7% da população”, explica o presidente da SPR, Luís Cunha Miranda.

Os doentes com artrite reumatoide sentem dor e dificuldade em mobilizar as articulações, mas os sintomas podem ser muito variados.

Apesar de atingir homens e mulheres, a artrite reumatoide é duas a quatro vezes maior nas mulheres, com o pico de incidência a registar-se após a menopausa. Mas a doença pode desenvolver-se em todas as idades, incluindo na adolescência.

Correção: Por erro da fonte da notícia (a Agência Lusa), o artigo referia que a doença afetaria 700 mil portugueses. São na verdade 70 mil, o que, naturalmente, faz com que 10% dos doentes estejam a ser acompanhados por um especialista (ao contrário de 1%, como referido anteriormente).

LUSA

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