2 Nov, 2023

Quase 40 hospitais com cerca de 90% dos serviços indisponíveis

Um total de 38 unidades hospitalares está com cerca de 90% dos seus serviços indisponíveis devido a falta de médicos para assegurar as escalas, segundo os mais recentes dados divulgados pelo movimento “Médicos em Luta”.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do movimento “Médicos em Luta”, Susana Costa, disse que a lista de hospitais é praticamente atualizada todos os dias e as informações sobre o impacto nos hospitais são facultadas pelos médicos. “(…) Num serviço em que haja 20 médicos que façam trabalho extraordinário, se 50% desses médicos colocarem a minuta [de indisponibilidade para horário suplementar], a repercussão que vamos ter nas equipas tem a ver com o número de horas extraordinárias a que estes médicos estão vinculados. Se eles só fizerem seis ou 12 [horas] por semana tem um impacto, se fizerem 24 horas extraordinárias por semana tem outro”, salientou Susana Costa.

Ainda assim, ressalvou que “quem tem o conhecimento exato destes números e do (…) impacto” que as escusas têm nos serviços são as administrações.

A lista online está discriminada pelo nome das unidades hospitalares e das especialidades que estão mais afetadas. Segundo os dados dos “Médicos em Luta”, Garcia de Orta (Almada), Amadora – Sintra, Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Caldas da Rainha e Torres Vedras, Coimbra, Leiria, Covilhã, Évora, Famalicão e Santo Tirso, Faro, Figueira da Foz, Vila Nova de Gaia, Guimarães, Guarda, Leiria, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Santa Maria (Lisboa), São Francisco Xavier (Lisboa), Beatriz Ângelo – Loures, Matosinhos, Penafiel, Portalegre e Elvas, Portimão, São João (Porto), Santo António (Porto), Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Ponte de Lima, Vila Franca de Xira, Vila Real-Chaves-Lamego e Viseu serão os mais afetados.

Até ao momento, foram contabilizados 19 serviços em que 100% dos médicos pediram escusa, como – entre outros – os casos das unidades hospitalares de Santa Maria da Feira, em Ortopedia, Viana do Castelo e Ponte de Lima, em Cirurgia Geral, Garcia de Orta, em Pediatria e Neurologia, Guimarães, em Obstetrícia, e Barcelos e Caldas da Rainha, em Cirurgia Geral.

Também 25 de 55 agrupamentos de centros de saúde (ACES) estão a sentir os efeitos do protesto às horas extraordinárias. Na zona Norte estarão a ser afetados 15 ACES, enquanto no Centro três e no Alentejo um. Em Lisboa, serão seis os ACES a sofrer com o impacto da falta de médicos.

LUSA

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