20 Nov, 2020

Privados disponíveis para desmarcar cirurgias para reforçar camas e UCI

O representante dos hospitais privados defendeu a disponibilidade do setor para uma maior articulação e apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), para doentes covid e não covid,

Os hospitais privados estão disponíveis para desmarcar cirurgias para libertar camas e capacidade de cuidados intensivos, adiantou o presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar.

Num debate online, dedicado à saúde e apoio social, no âmbito do Ciclo de Conferências Retomar Portugal organizado pelo BPI, Jornal de Notícias e TSF, o representante dos hospitais privados defendeu a disponibilidade do setor para uma maior articulação e apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), para doentes covid e não covid, referindo que os privados “não se põem de fora do apoio direto à questão da covid e também dos cuidados intensivos, havendo essa disponibilidade”.

“Temos vindo a insistir nas últimas semanas que era muito importante conhecer o planeamento do Ministério da Saúde, porque há a possibilidade de também os privados cancelarem as cirurgias, como está a ser feito numa série de hospitais públicos, no sentido de também libertarmos camas e capacidade de cuidados intensivos, nomeadamente para a covid ou para recebermos pessoas que hoje estão internadas nos hospitais do SNS e que venham a ser transferidas para os hospitais privados”, disse Óscar Gaspar.

Questionado sobre preocupações levantadas recentemente com os impactos do adiar de consultas e cirurgias no avolumar de listas de espera, Óscar Gaspar disse que a maior preocupação neste momento deve ser com os cuidados de saúde primários e não com os cuidados hospitalares, que “estão a trabalhar e mobilizados, seja para covid ou não covid”.

“Preocupa-me muito o nível baixo de atividade dos cuidados de saúde primários, que por sua vez, não prescrevem às pessoas cuidados de diagnóstico, não referenciam para o serviço hospitalar e pode dar-se aqui este caso irónico de, no final deste processo, termos menos pessoas nas listas de espera do que tínhamos. Por um efeito aqui de evidente inércia, ou seja, as pessoas pura e simplesmente não estão a alimentar as listas de espera, porque não estão a ser referenciadas […] Isto é um problema da maior gravidade. Mais do que a questão dos hospitais penso que é a questão dos cuidados de saúde primários que devia fazer acender umas luzes vermelhas neste momento no Ministério da Saúde”, afirmou.

SO/LUSA

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