Preparação de tratamentos de quimioterapia suspensa pela Infarmed no Hospital de Torres Vedras

A Infarmed suspendeu a preparação dos tratamentos de quimioterapia no Hospital de Torres Vedras, obrigando a que a medicação para os doentes oncológicos do Oeste tenha que ser preparada no Hospital de Santa Maria

Em causa estão “não-conformidades” identificadas pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade de Torres Vedras durante uma inspeção realizada “em março de 2017”, segundo o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) à agência Lusa.

De acordo com o Conselho de Administração (CA) do CHO, onde se integra o Hospital de Torres Vedras, o relatório da inspeção, enviado no final do mês de abril, “recomendou a suspensão da preparação de citotóxicos”, conhecidos em termos gerais como tratamentos de quimioterapia.

Esta é a segunda vez que o CHO vê a preparação de citotóxicos suspendida pelo Infarmed, depois de há um ano aquele organismo ter mandado suspender os tratamentos no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade das Caldas da Rainha.

A suspensão teve como causas o “facto de a câmara de fluxos laminares não estar no sítio adequado” e não estarem “garantidos os requisitos técnicos”, situação que poderia, inclusive, acarretar “riscos para os profissionais” que preparam e manuseiam a medicação, disse Ana Paula Harfouche, presidente do CA do CHO.

Na altura, a solução encontrada pelo CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, foi reorganizar o circuito terapêutico para garantir a continuidade dos tratamentos, encaminhando os doentes para Torres Vedras, onde a medicação passou a ser preparada e administrada.

Um ano depois, o Infarmed acabou por determinar também a suspensão da preparação dos medicamentos na unidade de Torres Vedras, o que levou o CA a  desenvolver de imediato contactos com o intuito de encontrar uma solução que passa pela cedência de instalações por parte do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para a preparação dos citotóxicos.

O CHO esclareceu ainda que a preparação da medicação no Hospital de Santa Maria começou recentemente com toda a normalidade e que a mesma “continua a ser administrada nas instalações do Hospital de Dia de Oncologia de Torres Vedras e no Hospital de Dia de Oncologia de Caldas da Rainha, pelo que não haverá quaisquer implicações clínicas para os doentes”.

O conselho de administração não especificou quais as “não conformidades” apontadas pelo Infarmed à unidade de Torres Vedras, nem quais as intervenções necessárias para repor a preparação dos citotóxicos naquele hospital.

O Centro Hospitalar do Oeste presta cuidados de saúde diferenciados, em regime de ambulatório e de internamento, abrangendo uma população direta de cerca de 295 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

LUSA/SO/CS

 

ler mais

Partilhe nas redes sociais:

ler mais