Preço dos medicamentos genéricos diminuiu 66% em 17 anos
Entre 2006 e junho de 2023, o Preço de Venda ao Público (PVP) médio dos medicamentos genéricos baixou mais de metade, segundo dados divulgados pela APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, com base na informação disponível no site do Infarmed.
Recentes relatórios de monitorização do mercado do Infarmed indicam que o preço médio dos medicamentos genéricos, que em 2006 era de 22,50€, é hoje de 7,70€. Assim, registou-se uma significativa diminuição do preço destes medicamentos para as famílias portuguesas, que cada vez mais optam pelos fármacos genéricos.
“Os medicamentos genéricos e biossimilares são soluções terapêuticas fundamentais que promovem o acesso e o direito de proteção à saúde, a prevenção da doença e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através do maior custo-benefício por cada euro investido”, afirma Maria do Carmo Neves, presidente da APOGEN, em comunicado emitido.
Segundo a dirigente, perante as dificuldades atuais relatadas no SNS, a APOGEN “quer continuar a potenciar as melhores soluções com a comunidade de saúde”, afirma. “Só assim é que será possível contribuir para uma gestão mais eficiente dos recursos com a redução da despesa e libertação de financiamento que pode ser realocado no investimento de novos medicamentos inovadores, assim como na contratação de mais profissionais, resultando em ganhos na saúde e na coesão social (…)”, salienta.
Para a APOGEN, “os dados conhecidos mostram claramente a relevância dos medicamentos genéricos e biossimilares, assim como o contributo no acesso a soluções terapêuticas seguras, eficazes e a preços comportáveis, particularmente num contexto de aumento da prevalência de doenças crónicas, envelhecimento da população e perda de poder de compra.”
A associação defende que a escolha pelos medicamentos genéricos promove uma maior acessibilidade ao tratamento. Até ao dia de hoje, já foram libertados mais de 363 milhões de euros com a dispensa de medicamentos genéricos em ambulatório, de acordo com o contador online no site da APOGEN.
Apesar do contributo destes fármacos na sustentabilidade do SNS, a presidente da APOGEN reforça que “a continuidade na criação de economias substanciais no sistema de saúde e no equilíbrio dos gastos atuais para o Estado e para as famílias portuguesas está dependente da sustentabilidade do setor nacional de medicamentos genéricos e biossimilares que continua a enfrentar desafios diários para proporcionar a viabilidade de diversos produtos no mercado”.
Deste modo, “é fundamental garantir condições de previsibilidade e rever várias políticas, de modo a assegurar a competitividade e a atratividade deste setor que investiga, desenvolve, produz e comercializa medicamentos genéricos e biossimilares”, conclui Maria do Carmo Neves.
CG
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