OMS volta a contradizer-se. Afinal, não é rara a transmissão por pessoas sem sintomas
A principal responsável do combate à pandemia da OMS afirmou que não se pode concluir que a transmissão por doentes assintomáticos a nível global é rara. Isto depois de ter dito o contrário.
Na conferência de imprensa da organização na segunda-feira, Maria Van Kerkhove tinha dito que, de acordo com dados de alguns estudos que seguem especificamente pessoas que testaram positivo para a covid-19 mas não apresentavam sintomas, incluindo um feito em Singapura, “parece ser raro que um indivíduo assintomático transmita a doença a outra pessoa”.
Numa sessão de perguntas e respostas transmitida na terça-feira pelas redes sociais, a epidemiologista afirmou que se estava a referir a “um conjunto muito pequeno de dois ou três estudos” cujos dados indicavam que era “muito rara” a transmissão secundária.
“Penso que é um mal-entendido afirmar que a transmissão assintomática a nível global é muito rara”, declarou hoje a norte-americana.
Se lidos ao nível global, os comentários de Maria Van Kerkhove na segunda-feira entram em contradição com o que autoridades de saúde de vários países, como o Reino Unido ou os Estados Unidos, têm defendido sobre a capacidade de as pessoas infetadas sem sintomas ou com sintomas muito ligeiros, transmitirem o vírus.
Vários estudos sugerem que a transmissão secundária a partir de pessoas sem sintomas acontece, mas muitos chegam a essa conclusão sem verificação empírica, baseando-se em modelos.
SO/LUSA