13 Set, 2019

O estigma persiste. Metade das pessoas com dermatite atópica tentam esconder a doença

Estudo feito junto dos doentes mostra a dimensão do estigma. “Na Pele em que Vivo” é o nome de uma campanha baseada em testemunhos de doentes portugueses.

A iniciativa será lançada, no âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, que se celebra no próximo dia 14 de setembro.

A DA é uma doença inflamatória crónica da pele, que pode ser que pode ser altamente debilitante e provocar um sofrimento que vai muito para além da pele. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 34 mil doentes com DA moderada a grave e destes, cerca 12.5 mil pessoas apresentam DA grave.

Esta iniciativa conta com o apoio da ADERMAP (Associação Dermatite Atópica Portugal) e da SPDV (Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia) e tem como objetivo alertar a sociedade para o verdadeiro impacto que a DA tem na vida dos doentes e seus familiares.

“A pele é o maior órgão do nosso corpo, essencial para o nosso bem-estar. Os doentes que sofrem de Dermatite Atópica veem a sua vida muito afetada por esta doença, por isso acreditamos que é nossa missão alertar e sensibilizar a sociedade e as entidades nacionais para esta patologia e apoiar medidas que melhorem a qualidade de vida dos doentes.” afirma Miguel Peres Correia, presidente da SPDV.

Por sua vez Joana Camilo, presidente da ADERMAP destaca: “É importante exemplificar que rotinas simples do nosso dia-a-dia, como dormir, vestir ou tomar banho, que para outras pessoas representam momentos de felicidade e descontracção, para nós podem causar um enorme sofrimento e mal-estar, condicionando a nossa vida a vários níveis”.

 

Sobre a dermatite atópica

A patologia afeta cerca de 1-3% da população adulta, e cerca de 15% a 20% das crianças e adolescentes. Em Portugal, segundo o estudo Nostradamus, estima-se que existam cerca de 34 mil doentes com DA moderada a grave e destes, cerca 12.5 mil pessoas apresentam DA grave, representando 16% dos adultos com dermatite atópica.

  • A DA inadequadamente controlada é responsável por um forte impacto físico, emocional, psicológico e socioeconómico.
  • A DA moderada a grave é caracterizada por surtos e erupções cutâneas imprevisíveis que podem cobrir grande parte do corpo e provocam prurido intenso e persistente, vermelhidão, lesões e fissuras, crostas e exsudação. Estes sintomas são muitas vezes causadores de perturbações do sono, ansiedade e depressão.

 

Dados de um estudo europeu realizado pela EFA (European Federation of Allergy and Airways Diseases Patient’s Associations):

  • 1 em cada 4 pessoas sente incapacitada para lidar com a vida
  • 23% não têm uma visão optimista sobre a sua vida
  • 28% das pessoas vivem todos os dias com prurido (comichão) na pele
  • 38% declara-se prejudicado no trabalho por causa da sua pele.
  • 45% das pessoas confessa que a dermatite atópica influenciou os seus relacionamentos, vida sexual e hobbies
  • 51% das pessoas tentam esconder a doença

SO

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