Microbioma vaginal e HPV

A também doutoranda na área da infeção por HPV na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, realça que o mundo da investigação está a trabalhar cada vez mais nesta área do microbioma-HPV. “Muito se tem estudado qual o microbioma que protege mais a mulher e o que pode provocar maior propensão para infeção e persistência do HPV”, salienta.

Contudo, como acrescenta, “ainda não se conseguiu demonstrar se é o microbioma que está alterado e facilita a infeção e progressão do vírus ou se é a própria infeção por HPV que leva à desestabilização do microbioma vaginal”.

Independentemente do que ainda falta descobrir, é ponto assente que existe “uma associação com o microbioma alterado, porque nestes casos é mais frequente criar-se um ambiente inflamatório que potencia vários eventos que poderão levar a lesão maligna”.

Um exemplo consensual de que é preciso estabilizar o microbioma vaginal é quando ocorre uma vaginose bacteriana. “Estuda-se, atualmente, qual o pré-biótico ou probiótico mais adequado.”

Independentemente do que ainda falta saber sobre o tema, quer o ginecologista quer o especialista em Medicina Geral e Familiar, que faz consulta de Planeamento Familiar, deve aconselhar a mulher a ter alguns cuidados. “Devemos reforçar, por rotina, a prática de hábitos de vida saudáveis, tais como, evitar o consumo de tabaco, praticar atividade física, evitar comportamentos sexuais de risco, duches vaginais, entre outros”, conclui.

MJG

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