27 Jan, 2022

Metade dos portugueses insatisfeitos com cuidados de saúde primários na pandemia

A reorganização dos serviços de saúde no período pandémico prejudicou a oferta de cuidados aos doentes não-covid.

A satisfação global dos portugueses no que concerne a oferta de cuidados primários de saúde desceu durante a pandemia, revela um estudo que procurou avaliar a opinião dos portugueses entre março de 2020 e junho de 2021. A análise foi promovida pela organização de defesa do consumidor, DECO Proteste.

De acordo com o estudo, desde o período inicial da disseminação do vírus SARS-CoV-2 em Portugal, cerca de 55% dos portugueses precisaram de cuidados de saúde não relacionados com a covid-19. No entanto, a assistência aos pacientes foi significativamente afetada pela reorganização dos serviços no período pandémico, sendo que do total de 46% de inquiridos que não conseguiram suprir as suas necessidades por falta de acesso a cuidados de saúde, 27% não tiveram uma única consulta.

Segundo revelam os dados, sete em cada dez utentes que não receberam cuidados não fizeram duas a cinco das consultas de que precisavam entre o início da pandemia e meados de 2021. Num quarto destes casos, os inquiridos registaram consequências graves da falta de acompanhamento.

No que concerne à relação com o médico de família, 55% dos portugueses que têm médico atribuído há menos de um ano não receberam todos os cuidados que precisaram, um valor superior aos que têm o mesmo médico há mais de dez anos (40%).

Em termos geográficos, o norte do País surge em primeiro lugar como a região que reportou mais falhas, com 54% dos utentes a declararem que não viram todas as suas necessidades atendidas. Ainda, a proporção de queixas foi maior entre os doentes crónicos e os que descrevem o seu estado de saúde como mau ou mediano.

De modo geral, quatro em dez dos inquiridos consideraram o acompanhamento médico insatisfatório e 28% assinalou a opção como sendo “sofrível”. Quando questionados sobre o nível de satisfação atual com os cuidados de saúde primários, 31% dos inquiridos apontaram o sinal menos ao médico de família e 37% ao centro de saúde.

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