23 Abr, 2021

Meningite. Vacinação é a medida mais eficaz de prevenção

Assinala-se, a 24 de abril, o Dia Mundial da Meningite. Vacinar continua a ser a melhor forma de prevenir esta doença infecciosa, que afeta sobretudo crianças e adolescentes.

A importância da prevenção e da vacinação contra esta doença infeciosa – causada pela bactéria Neisseria meningitidis e caraterizada pela inflamação das meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal) – é o grande objetivo do Dia Mundial da Meningite, que se assinala a 24 de abril.

Existem várias medidas que se podem adotar como método de prevenção da doença, sendo a mais eficaz a vacinação. Em Portugal, as vacinas contras os serogrupos B e C fazem parte do PNV. A imunização contra os serogrupos ACWY não está incluída no PNV, mas é recomendada a alguns grupos pela Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria (especialmente devido ao rápido aumento de casos da estirpe W na Europa) e pode ser prescrita pelo médico.

Lavar as mãos com frequência, evitar a partilha de alimentos e bebidas, bem como de utensílios de uso pessoal; cobrir a boca e o nariz quando se tosse ou espirra (etiqueta respiratória) são outros comportamentos que podem ser adotados para prevenção da meningite.

Verifique se a sua família está protegida contra a meningite e contra outras doenças em Por Uma Vida Inteira Pela Frente, através de uma ferramenta que indica a lista de vacinas que foram administradas aos bebés, de acordo com o dia, mês e ano em que nasceram (www.porumavidainteirapelafrente.pt/proteja-sua-familia/familia-esta-protegida/).

A bactéria Neisseria meningitidis, que provoca a doença, é classificada em diferentes serogrupos, consoante as características apresentadas. Atualmente estão identificados 12 serogrupos, sendo que seis deles são os que causam a doença.

Na plataforma Por Uma Vida Inteira Pela Frente (www.porumavidainteirapelafrente.pt) – desenvolvida pela GSK com o intuito de alertar para a gravidade da meningite e de reforçar a importância da imunização contra esta e outras doenças infecciosas – é possível consultar os mapas das estirpes invasivas por serogrupo em Portugal e no mundo (https://www.porumavidainteirapelafrente.pt/o-que-e/men-abcwyx/). De acordo com este site, em 2018 o serogrupo B foi responsável por cerca de 70% dos casos de meningite em Portugal.  A vacina contra este serogrupo passou a integrar o Programa Nacional de Vacinação (PNV) em outubro de 2020.

Existem vários fatores que podem potencializar o risco de contrair meningite, como a idade, condição clínica, geografia e ambiente. Quanto à idade, todas as faixas etárias são consideradas grupos de risco, mas é entre as crianças e os adolescentes que se verificam mais surtos da doença. No que respeita às comorbilidades, pessoas com asplenia (inexistência de baço), deficiência no sistema imunitário e com VIH apresentam maior risco.

Em termos geográficos e de ambiente, sugere-se que quem vai viajar marque previamente uma consulta do viajante e adote algumas medidas preventivas. A nível do ambiente, sítios com grandes ajuntamentos de pessoas, como campus universitários e militares, aumentam o risco de surtos meningocócicos.

A meningite transmite-se através do contacto direto com gotículas e secreções nasais expelidas pela tosse e espirros. Os beijos e a proximidade física também são meios de transmissão.

O principal grupo etário responsável pela transmissão da bactéria são os adolescentes, sendo que um e cada quatro adolescentes é portador da bactéria – está alojada na parte de trás do nariz e/ou garganta e não apresenta sintomas da doença. Além disso, os adolescentes e jovens têm alguns comportamentos de risco que facilitam a transmissão, como a frequência de locais sobrelotados (discotecas, bares e concertos), partilham o alojamento e utensílios, alguns fumam e viajam para zonas endémicas.

Os sintomas da meningite podem variar de acordo com a idade e com o tempo de infeção. Nas primeiras oito horas pode surgir perda de apetite, irritabilidade, febre, náuseas/vómitos, dor de garganta, dor generalizada, dor nas pernas e sonolência. Entre as 9 e 15 horas de infeção, as mãos e os pés ficam frios, rigidez no pescoço, a fontanela fica saliente e o infetado fica com sensibilidade à luz. Durante as 16 e 24 horas posteriores, os sintomas são confusão e delírio, inconsciência, convulsões e choque séptico, com uma taxa de letalidade elevada.

Quanto à idade, em bebés e crianças, a sonolência, sono invulgar, perda de apetite, fontanela saliente e irritabilidade, são os sintomas mais comuns. Já nos adolescentes e jovens adultos, a dor no pescoço, de cabeça, sensibilidade à luz e dor nas articulações são os sintomas mais comuns.

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