Médico ao serviço da OMS morre após ataque num hospital da RDCongo
Morte ocorreu na sexta-feira na sequência de um ataque de rebeldes num hospital em Butembo, no nordeste do país.

“Eu e os meus colegas lamentamos a perda de um corajoso colega que salvava vidas de vítimas do Ébola”, escreveu o diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus na sua conta na rede social Twitter. “Nós ficámos escandalizados com o ataque. Os trabalhadores de saúde não são alvos”, sublinhou o dirigente da OMS.
A vítima era um médico dos Camarões que participava numa reunião de uma equipa anti-Ébola da OMS, que foi alvo de um ataque de um grupo rebelde a um centro de tratamento do vírus ao serviço da OMS.
“A equipa [de trabalhadores de saúde] estava em reunião. Os Mai Mai (milícias de autodefesa) irromperam com armas e começaram a atirar sobre as pessoas”, explicou o prefeito de Butembo, Sylvain Kanyamanda, citado pela agência francesa AFP.
“Um médico epidemiologista caiu e foi enviado para as urgências. Os seus colegas ficaram feridos, indicou a mesma fonte, que acrescentou que “o médico (…) acabou por morrer”.
O comandante interino da polícia de Butembo, o coronel Paul, garantiu à AFP que os autores do ataque já estão a ser alvo de uma perseguição policial.
Em apenas nove meses, a atual epidemia de Ébola provocou 843 mortes na região de Beni e Butembo, de acordo com os mais recentes dados oficiais do Ministério da Saúde, divulgados na quarta-feira.
Esta é já a segunda epidemia mais grave na história do vírus da febre hemorrágica, depois daquela que matou mais de 11 mil pessoas no oeste de África, em 2014.
O número de mortos e de feridos aumentou consideravelmente nas últimas semanas nas províncias de Butembo e Katwa na sequência de ataques contra os dois centros de tratamento de Ébola (CTE) naquelas regiões.
Ao todo, 102.505 pessoas foram já vacinadas na RDCongo desde o inicio da epidemia, que afeta sobretudo as regiões Uganda e Ruanda.
LUSA