Mais de 93 milhões de europeus já consumiram algum tipo de droga ilícita

Pelo terceiro ano consecutivo aumentou o número de casos de morte por overdose na Europa e, só em Portugal, registaram-se no ano passado 39 mortes induzidas por droga

Segundo o relatório anual divulgado, os valores do último ano revelam que mais de 93 milhões de europeus já experimentaram algum tipo de droga ilícita.

Está em cima da mesa a análise crítica a uma das temáticas mais prementes e centrais da sociedade portuguesa e da União Europeia, onde, mais de um quarto da população já experimentou drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida. A ‘cannabis’ é a droga mais experimentada, seguida da cocaína. E os dados são alarmantes: no último ano 23,5 milhões consumiram ‘cannabis’, enquanto 87,7 milhões tiveram, ao menos, uma experiência. Mas não ficamos por aqui e os números continuam inquietantes: no último ano, 14 milhões consumiram MDMA, mais conhecida por ecstasy e 1,8 milhões consumiram Anfetaminas. Existem ainda na União Europeia mais de 1,3 milhões de consumidores de opiáceos de alto risco, estando presentes em 81% de overdoses fatais.

De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência Portugal está ao lado da Holanda, entre os 10 países europeus acima da média, no tratamento de substituição de opiáceos para consumidores de alto risco, mas o número de doentes tratados baixou 25% desde 2010, o que pode representar uma diminuição no número de doentes crónicos. O que se mantém preocupante é o número de novas drogas detetadas. Portugal está também no top 10 das apreensões de droga, no que diz respeito a cocaína e resina de cannabis, o que se explica por ser um dos pontos de entrada de droga no velho continente.

Em 2016, o Sistema de Alerta Rápido da União Europeia detetou 66 novas substâncias desconhecidas, o que dá uma média superior a uma nova droga por cada semana do ano. Falamos de drogas cada vez mais potentes e perigosas, que não são abrangidas pelo controlo internacional e que incluem uma vasta gama de substâncias sintéticas, geralmente produzidas a granel por empresas químicas e farmacêuticas da China.

Estes e outros números relevantes sobre o consumo de droga em Portugal e na União Europeia serão desvendados durante um debate organizado pela Rede Mut – Associação Portuguesa de Mutualidades. O encontro, denominado Ação Mundial por Comunidades Saudáveis Sem Drogas,  vai realizar-se no próximo dia 26 de Junho, pelas 14:30h, na Atmosfera M Porto, e visa assinalar o Dia Mundial do Combate às Drogas.

O debate do Dia Mundial do Combate às Drogas prevê um painel onde estarão presentes diversos especialistas, entre eles, o Dr. João Curto, Presidente Associação Portuguesa de Adictologia, o Dr. Jesus Cartelle, Coordenador Cientifico da Clinica do Outeiro, o Dr. Jorge Barbosa, Coordenador do Centro de Respostas Integradas Porto Oriental, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Sérgio Oliveira, Diretor da Revista Dependências, para juntos abordarem questões, analisarem os números e preparar repostas face aos últimos números revelados pela União Europeia, no Relatório Europeu de Drogas 2017 – Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

 

Comunicado de Imprensa/SO/SF

 

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