12 Jun, 2017

Mais de 24 mil pessoas de Almada e Seixal fazem rastreio da retinopatia diabética

Cerca de 24 mil pessoas da localidade de Almada e Seixal estão a ter a oportunidade de realizar um rastreio retinopatia diabética, segundo a diretora clínica do Agrupamento de Centros de Saúde Almada/Seixal

A informação foi adiantada à Lusa e segundo Maria da Luz Pereira, diretora clínica do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada/Seixal, “a retinopatia é a causa principal, evitável, de cegueira entre os 25 e os 65 anos. No ACES Almada/Seixal, a população alvo deste rastreio vão ser 24 mil pessoas com diabetes”.

Segundo a responsável, este rastreio, que teve início na passada segunda-feira, “além de uma melhoria substancial na prevenção no âmbito da diabetes, é também o resultado daquilo que é uma estratégia prioritária do ACES e do Hospital Garcia de Orta”, que passa por “trabalhar no âmbito de projetos em que a continuidade e a integração de cuidados seja uma realidade”.

A diretora clínica do ACES Almada/Seixal, no distrito de Setúbal, adiantou que “a retinopatia diabética é uma doença de evolução lenta e silenciosa, que não se manifesta através de qualquer sinal ou sintoma até atingir uma fase avançada, pelo que a identificação precoce de eventuais lesões, através do rastreio, é fundamental para o sucesso do tratamento”.

“Cerca de 600 profissionais dos cuidados de saúde primários vão identificar todas as pessoas com diabetes pertencentes ao agrupamento de Almada e do Seixal, e que tenham indicação para rastreio, que serão depois notificadas para realizar uma retinografia no Núcleo de Oftalmologia de Almada, no Hospital Garcia de Orta”, disse.

A responsável esclareceu também que os doentes que não apresentam qualquer alteração, após a retinografia ser analisada por um software são excluídos automaticamente.

“As retinografias que apresentem alguma alteração são avaliadas pelos oftalmologistas do hospital e os doentes que tiverem alguma patologia ficam, desde logo, na consulta de Oftalmologia” do estabelecimento hospitalar, informou.

Para o diretor do Serviço de Oftalmologia do hospital e do Núcleo Oftalmológico de Almada (NOA), “a grande vantagem é que o rastreio, diagnóstico e tratamento é feito através de um procedimento integrado, em estreita colaboração das unidades de cuidados primários de saúde com o Hospital Garcia de Orta”.

“Antes o rastreio era efetuado por uma instituição em regime de `outsourcing´, depois os doentes eram encaminhados para um Centro de Leitura na associação de diabéticos e só depois para o tratamento, no Hospital Garcia de Orta”, referiu Nuno Campos.

Segundo a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), o programa de rastreio da retinopatia diabética de base populacional abrange os doentes inscritos em 23 unidades de saúde – incluindo os doentes sem médico de família – dos concelhos de Almada e do Seixal, prevendo-se que o diagnóstico esteja concluído no prazo de 20 dias apóss a realização da retinografia.

De acordo com a informação disponibilizada pela ARSLVT, “esta nova resposta ao nível dos cuidados de saúde primários vai permitir uma maior e melhor acessibilidade e equidade no acesso dos utentes a uma consulta hospitalar para realização dos tratamentos”.

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