4 Set, 2018

Liga diz que Ministério da Saúde deve aos bombeiros cerca de 30 milhões de euros

A Liga dos Bombeiros Portugueses denunciou esta segunda-feira que as associações e corpos de bombeiros estão “à beira da rutura financeira” devido aos atrasos dos pagamentos do Ministério da Saúde, que rondam os 30 milhões de euros.

Liga diz que Ministério da Saúde deve aos bombeiros cerca de 30 milhões de euros

Em comunicado, a Liga dos Bombeiros adianta que “este sufoco financeiro, provocado pelo incumprimento do Ministério da Saúde dos pagamentos dos muitos serviços prestados no transporte de doentes, está a fragilizar a atividade dos bombeiros”.

Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), as associações e corpos de bombeiros estão, em muitos casos, sujeitas “a recorrer a financiamento bancário ou a protelar pagamentos aos seus fornecedores desequilibrando ainda mais a gestão das associações, já de si habitualmente precária”.

A LBP recorda que estes atrasos têm-se repetido nos últimos anos, tendo o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, solicitado ontem uma audiência ao primeiro-ministro, António Costa.

A LBP sustenta ainda que os bombeiros não vão deixar de procurar responder a todas as solicitações de socorro, mas esta “situação grave não deixa de poder fragilizar a sua atividade operacional”.

No comunicado, a LBP lamenta ainda que transferência fixa da Autoridade Nacional de Proteção Civil para as associações, habitualmente feita a 22 de cada mês, tenha neste momento um atraso de 14 dias.

Ministro da Saúde reage

Na reação, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que a prioridade do Governo em relação a eventuais dívidas aos bombeiros voluntários é garantir que “não assumem prazos para além daquilo que seja aceitável”.

“Obviamente que a nossa prioridade é garantir que essas dívidas, a existirem, não assumem prazos para além daquilo que seja aceitável”, disse o ministro da Saúde aos jornalistas, à saía da sessão de abertura do 46.º Congresso da Sociedade Internacional de História da Medicina, respondendo desta forma à denúncia das dívidas aos corpos de bombeiros feita hoje pela Liga dos Bombeiros Voluntários, acrescentando que a tutela vai “ver em detalhe quais são as entidades” e continuar a trabalhar.

Sem quantificar o investimento, Adalberto Campos Fernandes disse que os custos adicionais estão previstos nos contratos-programa com os hospitais e no Orçamento do Estado para este ano, estando o Governo já a trabalhar no orçamento de 2019, que “será seguramente reforçado”. Sobre o clima de tensão entre o Governo e os enfermeiros, o ministro recusou vir a dar “um passo maior do que a perna”

“Prometermos ou darmos aquilo que não podemos significa defraudar as expectativas e comprometer o futuro. Temos avançado muito nas diferentes profissões e continuaremos até ao último dia da legislatura a trabalhar e a negociar”, disse o responsável pela pasta da Saúde.

Sobre a aplicação das 35 horas semanais no setor da saúde, que em julho entrou numa segunda fase de implementação ao passar a abranger enfermeiros, assistentes e técnicos, o ministro não quis adiantar estimativas de custos da aplicação da medida, mas disse que estas estão a “ser cumpridas num quadro de estabilidade” e insistiu no rigor orçamental.

“Falar demais ou fazer muito ruído não ajuda à solução dos problemas. Temos que fazer o nosso trabalho com seriedade e serenidade. Portugal tem que passar este estigma que é o da insegurança e das falsas promessas, das ilusões fáceis”, disse.

LUSA

ler mais

Partilhe nas redes sociais:

ler mais