23 Jun, 2021

Lares exigem que o Estado defina regras para funcionários que não querem ser vacinados

Estão ativos seis surtos em lares. O que se sabe é que o vírus está a entrar nas instituições através dos funcionários que não foram vacinados.

A Direção-Geral da Saúde confirmou que estão ativos seis surtos em lares, com 54 infetados e três óbitos. O vírus está a entrar nos lares através dos funcionários que não foram vacinados. Ao Diário de Notícias, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos afirmou que o Estado tem de decidir o que se deve de fazer nestes casos.

Os casos de infeção envolvem utentes e funcionários, mas a maioria já deve de estar recuperada. Dois dos três óbitos foram registados numa instituição particular de solidariedade social (IPSS), em Mafra, e o outro na Misericórdia, em Faro. Muitos esperavam que os surtos em lares não voltassem a acontecer, mas o presidente da UMP, sublinha que “era previsível que acontecessem” situações como estas.

Até agora, o que se sabe é que o vírus está a entrar nos lares através dos funcionários que recusaram a vacinação. Manuel Lemos, explica que isso aconteceu na Misericórdia de Faro, “três ou quatro funcionários não quiseram ser vacinados e, segundo sei, na IPSS de Mafra também havia funcionários nesta situação”. A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo esclareceu, que em Mafra, dos 13 funcionários, seis ficaram infetados, sendo que quatro tinham a vacinação completa e um a primeira dose, os restantes oito não quiseram a vacina.

Manuel Lemos diz compreender esta situação, pois o Estado decidiu que a vacina seria voluntária, sustentando esta decisão no direito individual de cada um de liberdade e garantias. No entanto, relativamente aos lares surge uma questão: “estes profissionais trabalham com pessoas de risco, muito debilitadas, estando esta sua opção a colocar em perigo a vida de outros”. “Não é fácil compatibilizar as duas situações, mas cabe ao Estado definir o que deve de ser feito. Ou define regras para estes funcionários ou aceita as consequência”, destacou.

O presidente da UMP adianta que existem que cerca de oito mil funcionários e utentes que ainda não foram vacinados. A maioria destes contraiu o vírus mas muitos recusaram a vacina. Entretanto, e perante os diferentes critérios utilizados nas várias regiões do país, a task force deu orientações para que que o processo de vacinação de funcionários e de utentes de lares que foram infetados vai ser antecipado para os 90 dias, de modo a prevenir situações de reinfeção (quando o prazo indicativo até agora eram seis meses).

SO

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