Infarmed quer unidades de saúde com linha direta para esclarecer doentes de Parkinson
A Autoridade do Medicamento quer que os hospitais e centros de saúde tenham uma linha direta para os doentes de Parkinson poderem contactar os seus médicos caso necessitem de mudar de medicamento.
A presidente do Infarmed disse, na sexta-feira, que vão ser contactadas as unidades do Serviço Nacional de Saúde para “poder haver uma linha direta”, para que os doentes possam contactar os seus médicos, com a finalidade de esclarecer sobre alternativas ao medicamento Sinemet, que está em rutura de ‘stock’.
No final de uma reunião com laboratórios, sociedades científicas e representantes dos doentes, Maria do Céu Machado disse aos jornalistas que o centro de contacto SNS 24 está também preparado para esclarecer dúvidas aos doentes.
Nos dias úteis das 9:00 às 17:00, os doentes que ligarem para a linha Saúde 24 com dúvidas ligadas ao medicamento Sinemet serão encaminhados diretamente para um profissional do Infarmed. Nos outros horários, o próprio centro de contacto SNS 24 “tem informação de modo a tirar dúvidas aos doentes”.
Sobre a rutura de ‘stock’ do Sinemet, a presidente do Infarmed garantiu hoje que não haverá falta de medicamentos para os doentes portugueses, estando a ser encontradas alternativas com outros laboratórios. “Isto não é a mesma coisa que um antibiótico. Não pode haver falha. Para alguns doentes, a vida deles depende deste medicamento”, afirmou.
Contudo, a Autoridade do Medicamento apela a que os doentes não iniciem corridas às farmácias para comprar mais medicação do que aquilo que necessitam.
A este propósito, o Infarmed vai contactar as associações de farmácias e os distribuidores para que monitorizem eventuais situações de pedidos de embalagens em grande quantidade, para que apenas sejam vendidas as necessárias.
Aliás, as associações de doentes vão também fazer um apelo junto dos seus associados para que não haja uma compra exagerada de embalagens do medicamento. Os representantes dos doentes vão ainda apelar junto das famílias para que dispensem embalagens excedentárias que possam ser utilizadas por doentes sem acesso a medicação.
Também as sociedades científicas ligadas a estes doentes e aos clínicos que os acompanham vão apelar aos médicos para que façam uma prescrição criteriosa, seja em termos de indicações terapêuticas, seja em número de embalagens, para garantir que são tratados todos os doentes.
A rutura por parte da empresa que produz o Sinemet está relacionada com um “problema de fabrico”, que a própria empresa não explicou ao Infarmed, e que afeta 45 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.
A empresa não adiantou ao próprio Infarmed qual o problema concreto de fabrico. Um representante da empresa – MSD –, presente na reunião com a Autoridade do Medicamento, disse aos jornalistas que também não foi comunicado à empresa em Portugal qual o problema concreto ao nível de fabrico.
As quatro empresas que estiveram presentes na reunião comprometeram-se a encontrar soluções para o abastecimento do mercado. Uma das empresas, que já tem um medicamento em comercialização no mercado, comprometeu-se a aumentar a produção desta alternativa ao Sinemet. Outras duas empresas vão avaliar a possibilidade de importar embalagens de medicamentos de outros mercados.
LUSA