24 Nov, 2021

Incidência de VIH em Lisboa é quase o “triplo da média europeia”

Lisboa concentra quase 50% dos novos casos, principalmente entre a população imigrante e nos homens que fazem sexo com homens, alerta o presidente do GAT - Grupo Ativistas em Tratamentos.

A incidência da infeção por VIH em Lisboa é de “quase 50 pessoas por 100 mil habitantes por ano, um valor cinco vezes superior à média portuguesa, que já é entre o dobro e o triplo da média europeia”, alerta o presidente do GAT – Grupo Ativistas em Tratamentos.

Em entrevista à Lusa, Luís Mendão considera fundamental o acesso dos migrantes e dos homens que têm sexo com homens à prevenção, ao rastreio e aos cuidados de saúde, sobretudo em Lisboa, a cidade onde há maior incidência de VIH.

“Perdeu-se um pouco essa noção de que Portugal tem uma situação bastante mais grave, bastante mais desafiante do que a maioria dos países europeus”, afirmou, sublinhando que estes dois grupos são fundamentais neste momento em termos de incidência.

São pessoas imigrantes, muitas vezes, em situação irregular e que têm enormes dificuldades de acesso à prevenção, ao rastreio e aos cuidados de saúde e é na população dos homens que têm sexo com homens que, apesar de ter vindo a descer, a incidência ainda é mais alta de todas”, descreveu.

Em Lisboa registam-se quase 50% dos novos casos, observou, defendendo a necessidade de haver um “acesso eficaz” à Profilaxia Pré exposição (PrEP), para prevenir o VIH, alargando a sua prescrição a outras instituições, porque os hospitais estão a “rebentar pelas costuras”.

Em Lisboa, há menos de 2.000 pessoas em PrEP, quase todas seguidas no hospital Curry Cabral, sendo que as projeções do GAT apontam para “7.500 pessoas que precisam verdadeiramente de acesso à PrEP”.

O responsável salienta também a importância de haver “dados fiáveis atempados” sobre a situação da sida e das IST no país que permitam aos epidemiologistas, aos especialistas em saúde pública e ‘experts’ comunitários saberem “onde é que estamos, o que é que nos falta para os objetivos mínimos que temos à frente”.

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