7 Set, 2023

Greve de médicos no Norte com adesão entre 85 a 90%, diz sindicato

Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a greve de dois dias dos médicos da Administração Regional de Saúde do Norte termina hoje às 24:00. Está prevista nova paralisação nos dias 20 e 21.

A adesão à greve dos médicos da Administração Regional de Saúde do Norte está, ao segundo dia, a superar os 85% e a rondar os 90%, disse hoje o secretário regional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Norte.

Em declarações à agência Lusa, Hugo Cadavez disse que a adesão tem sido “muito expressiva e muito significativa”, destacando o impacto nos blocos operatórios dos hospitais e na assistência nos centros de saúde. “Adesão está a ser idêntica ao dia de ontem [quarta-feira]. Está a ser superior a 85% e a rondar os 90%”, sintetizou.

Segundo Hugo Cadavez, hoje, no Hospital de São João, no Porto, estão paradas as 11 salas de bloco operatório. O responsável indicou que há também blocos operatórios encerrados em Penafiel, Viana do Castelo, Matosinhos, entre outros. “Em Vila Real em seis salas, está uma a funcionar”, acrescentou.

Quanto aos centros de saúde, o secretário regional do SIM indicou como exemplo as unidades de Matosinhos, onde, disse, “a adesão foi de 100% e nenhum médico está a trabalhar”. “Há uma grande insatisfação dos médicos com as condições de trabalho e com as condições remuneratórias no Serviço Nacional de Saúde. É uma questão incontornável que tem vindo a levar a uma saída sem precedentes de médicos do SNS e é isso que tem levado a encerramentos por rotina de serviços de urgência. Há mais de um milhão e 600 mil pessoas sem médico de família. Isto está relacionado com a baixa atratividade da carreira médica no SNS que só aumenta os tempos de espera para consulta e torna longas e até insuportáveis as esperas nas urgências”, apontou Hugo Cadavez.

O sindicato exige que o Governo integre toda a classe médica na tabela remuneratória única da função pública e que os Ministérios das Finanças e da Saúde apresentem “uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira de perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública”.

Nesta greve estão abrangidos 12 hospitais e 11 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), estando assegurados os serviços mínimos.

LUSA

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