18 Jan, 2021

Garcia de Orta ainda não está em “pré-catástrofe” mas já não tem camas

Hospital ainda tem capacidade de resposta, diz o presidente do Conselho de Administração. Isto apesar de já ter esgotado as camas para doentes covid.

O presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta (HGO) rejeita que a unidade hospitalar esteja em risco de entrar num cenário “pré-catástrofe”, apesar da pressão que já esgotou as camas de internamento.

“O HGO não está de forma alguma em pré-catástrofe. Temos uma pressão de procura acentuada, mas estamos a conseguir responder com os meios internos e também com a ajuda da ARS [Autoridade Regional de Saúde], transferindo alguns doentes para outras regiões”, afirmou Luís Amaro.

No sábado, o HGO admitiu, em comunicado, um “cenário de pré-catástrofe”, caso se mantivesse a atual situação de pressão, decorrente da elevada procura de doentes covid-19 e doentes não covid-19.

No entanto, essa hipótese foi rejeitada pelo presidente do Conselho de Administração, que, em declarações aos jornalistas, sublinhou que o hospital ainda tem capacidade de resposta.

Para estar em pré-catástrofe é preciso que não haja capacidade de resposta e neste momento nós ainda temos capacidade de resposta”, disse Luís Amaro, no final de uma reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido, naquela unidade hospitalar.

Hoje, o HGO apresentava um total de 173 doentes com covid-19 internados, dos quais 19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e 154 em enfermaria. Em comparação com os números de sábado, são mais quatro doentes internados, no total, um dos quais em UCI.

“Neste momento, as camas que foram criadas para responder aos doentes covid estão todas ocupadas”, revelou Luís Amaro.

A pressão sobre o Garcia de Orta já obrigou à transferência de doentes para outras unidades hospitalares: no sábado foram transferidos três doentes e hoje estaria a ser preparada a transferência de mais três, segundo o presidente do Conselho de Administração.

Entretanto, o HGO prepara-se para inaugurar na próxima semana uma nova enfermaria, que vai permitir reforçar a capacidade de internamento com mais 33 camas.

A principal dificuldade, admite Luís Amaro, está na mobilização de recursos humanos, apesar de o hospital já ter realocado alguns dos seus profissionais.

“Temos tido a necessidade de transformar camas, fundamentalmente camas cirúrgicas em camas médicas, e temos tido a necessidade, de facto, de transferir [profissionais] de atividades cirúrgicas para o atendimento a doentes covid”, explicou.

SO/LUSA

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