12 Set, 2023

Federação Nacional dos Médicos anuncia greve em 17 e 18 de outubro

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou hoje uma nova greve, em 17 e 18 de outubro, em resposta à posição do Governo de "legislar unilateralmente" o novo regime de dedicação plena, sem a concordância dos sindicatos.

Justificando a nova greve nacional, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, disse à Lusa, à saída da sétima reunião negocial extraordinária no Ministério da Saúde, que o Governo “vai legislar unilateralmente, sem a concordância dos sindicatos”, o novo regime de dedicação plena e a grelha salarial associada, “agravando as condições de trabalho” dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em comunicado, a Federação adianta que a greve será pautada por concentrações regionais em frente às unidades de saúde.

A FNAM já tinha agendado dois dias de greve nacional para 14 e 15 de novembro e uma manifestação à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, para 14 de novembro. Em julho e agosto, os médicos cumpriram dois dias de greve, promovida igualmente pela estrutura sindical.

As negociações entre Governo e sindicatos dos médicos iniciaram-se em 2022 sem que as partes tenham chegado a consenso em matérias fulcrais como os aumentos salariais e a dedicação plena. Hoje foi a última ronda negocial.

Segundo a FNAM, a dedicação plena implicará que os médicos hospitalares trabalhem mais horas (nove horas diárias e 250 horas extraordinárias por ano). “Não podemos aceitar”, argumentou à Lusa a presidente,  que rejeita aumentos salariais “de pouco mais de 100 euros” para todos os médicos.

Contesta também que a “parte variável” do salário dos médicos de família (que trabalham nos centros de saúde) passe “a depender do número de exames ou prescrições terapêuticas”, com “potencial ingerência na prática clínica e prejuízo consequente para os utentes”.

A estrutura, que está a mobilizar os médicos para não excederem o “limite legal” das atuais 150 horas extraordinárias anuais, pretende congregar outros sindicatos, associações e a Ordem dos Médicos para desenvolver novas ações em defesa da carreira médica e do SNS.

LUSA

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