30 Abr, 2019

Fecharam mais de 100 farmácias no interior em seis anos

Distrito de Portalegre é o mais afetado. ANF está preocupada com o fecho de farmácias nestas zonas do país e pede mudanças ao governo.

Embora o saldo total seja positivo, Portugal perdeu 150 farmácias nos últimos seis anos. A grande maioria (três em cada quatro) dos estabelecimentos atingidos situavam-se nos distritos do interior, escreve o Jornal de Notícias. Ainda hoje, ultrapassados os anos de crise financeira, a maioria das farmácias em dificuldades está também no interior.

O distrito de Portalegre é o caso mais complicado, com 35% dos estabelecimentos ameaçados, seguido de Santarém e Guarda (com percentagens acima dos 30%). No panorama nacional, cerca de um quinto das farmácias estão em situação de insolvência ou sob penhora.

“Por muito importante que a minha farmácia seja para mim e para os meus clientes aqui em Lisboa, é muito menos importante o seu encerramento do que o de uma farmácia que feche em outras zonas do país”, alerta Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF). No interior, estes locais funcionam muitas vezes como único meio de acesso aos cuidados de saúde, em territórios isolados. Com a quebra populacional que se verifica no interior há várias décadas, as farmácias têm vindo a perder receitas e, por isso, muitas fecham portas.

A ANF apresentou já na Assembleia da República uma petição com 120 mil assinaturas para “salvar as farmácias”. O setor viu cair o valor da comparticipação dos medicamentos para 17% (o que gera prejuízos em grande parte da rede) e deparou-se com a introdução dos genéricos, que também veio diminuir a margem de lucro dos estabelecimentos.

Tiago Caeiro

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais