22 Abr, 2019

Faltam 2.225 unidades de saúde em Angola

O secretário de Estado para a Saúde Pública angolano assumiu que o país tem um défice de 2.225 unidades de saúde, admitindo que as 1.175 em funcionamento são insuficientes

José Vieira da Cunha, citado pela agência noticiosa angolana Angop, falava na sessão de encerramento do I Congresso Internacional de Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade Katyavala Bwila, na capital da província homónima, que juntou cerca de 300 congressistas.

Segundo o governante angolano, Angola conta atualmente com 1.675 postos de saúde em funcionamento, entre eles 471 centros de saúde, 24 dos quais de referência, 75 centros maternoinfantis e 166 hospitais municipais, pelo que a meta é atingir 3.900 ppostos sanitários até 2022.

Numa intervenção essencialmente virada para a necessidade de humanização dos serviços de saúde e da sua proximidade às comunidades, o secretário indicou que as iniciativas governamentais para a melhoria da saúde e da prestação de serviços passam pela descentralização e integração local dos diferentes setores.

José Vieira da Cunha salientou que o Governo de Luanda tem priorizado o atendimento da saúde reprodutiva, materna, neonatal, infantil, planeamento familiar, cuidados pré-natais, parto e a vacinação completa das crianças, além das grandes endemias, como tuberculose, VIH/Sida e malária.

“Apesar de o número de unidades de saúde ser insuficiente, há o compromisso firme de melhorar a situação”, indicou, lembrando que estão a ser desenvolvidas várias ações, como a atualização da lista das necessidades em medicamentos essenciais e meios médicos das unidades sanitárias e dos programas de saúde pública, o lançamento do programa anual de compras centralizadas, através de concursos públicos, e a construção e reabilitação de estruturas sanitárias.

José Vieira da Cunha realçou também a realização do último concurso para admissão de novos quadros no setor, ato que, segundo aventou, terá sequência ainda este ano, com um segundo concurso público para as 18 províncias.

Apontou também a criação da “Sala de Crise”, ou de acompanhamento, instalada no edifício do ministério da Saúde, estrutura que conta com a participação de diferentes instituições e que “tem dado respostas assertivas aos problemas que se colocam, o que revela um desempenho muito significativo”.

Apesar desse esforço, disse, o Estado precisa de incentivar o desenvolvimento de um ensino médico-cirúrgico e da investigação médica em saúde, sem descurar o sistema de informação sanitária.

LUSA/SO

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